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Estados Unidos

Contra expectativas, Obama fecha ano com algumas vitórias

29 dez 2010 - 09h42
(atualizado às 10h44)
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O presidente americano, Barack Obama, conseguiu se recuperar após a derrota esmagadora de seu partido nas legislativas de novembro, obtendo contra qualquer expectativa o apoio de republicanos a uma parte de seu programa, mas esta colaboração pode ser efêmera.

Apesar da "surra" eleitoral recebida pelos democratas há sete semanas, o Congresso ofereceu duas vitórias consecutivas ao presidente dos Estados Unidos, com a adoção do compromisso fiscal negociado com os republicanos e a revogação da lei sobre o tabu gay no exército. "Esta vitória pertence a vocês" afirmou Obama aos seus partidários em um e-mail comemorando a passagem desta última medida com a qual a esquerda americana sonhava há 17 anos, e que figurava no programa eleitoral democrata de 2008.

O voto do Senado de sábado ocorreu no dia seguinte à promulgação, pelo presidente, do compromisso com os republicanos sobre a prolongação de presentes fiscais da era Bush, um sapo que a equipe Obama conseguiu fazer com que os democratas engolissem, em nome do realismo.

Um assunto continua à espera até o fim do ano: a ratificação do novo tratado Start de desarmamento nuclear com a Rússia, cujo futuro ainda era incerto nesta segunda-feira. O presidente colocou todos os pesos na balança para conseguir arrebatar esta aprovação, adiando sua viagem de férias de Natal em seu estado de origem, Havaí (Pacífico), até nova ordem.

Ainda assim, as conquistas de dezembro se somam às reformas do seguro saúde e de Wall Street, ao plano de estímulo da economia e ao resgate do setor automobilístico, neste balanço de dois anos de presidência Obama. Os avanços são ainda mais notáveis já que foram obtidos durante a última sessão do Congresso antes da posse dos eleitos do dia 2 de novembro, num período habitualmente calmo.

A Câmara dos Representantes vai passar, no início de janeiro, para o controle dos republicanos, enquanto que a maioria democrata no Senado será reduzida, impedindo Obama de adotar grandes reformas como as obtidas em seus dois primeiros anos no poder. O acordo fiscal poderá também constituir um mostra dos dois próximos anos antes da presidencial de 2012. Obama não hesitou ao ir de encontro a seus próprios princípios e melindrar seus aliados ao aceitar a manutenção por dois anos das reduções fiscais para os mais ricos.

"Haverá momentos que não estaremos de acordo, mas não penso que um ou outro partido tenha exclusividade das boas ideias e eu quero pedir conselhos aos outros lados", declarou após ter promulgado esta lei, reavivando o tom da campanha de 2008, quando ele havia defendido a dissolução das fronteiras partidárias.

Mas a colaboração dos republicanos pode ser efêmera, como mostrou na semana passada a rejeição de uma lei de finanças e de medidas permitindo que jovens imigrantes clandestinos obtivessem a nacionalidade americana. Em janeiro, quando os republicanos assumirão o controle da Câmara dos Representantes, eles poderão colocar em prática suas ameaças de cortar o financiamento de reformas conduzidas por Obama, como a do seguro saúde.

A maratona legislativa de dezembro também deixou parte dos republicanos em cólera, como o senador John McCain, derrotado por Obama na presidencial de 2008, que prognosticou um clima menos propício para os arranjos em 2011. "Vocês acham que de uma maneira ou de outra, no dia 5 de janeiro, nós vamos seguir nos amando mutuamente? Eu acho que não", afirmou.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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