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Estados Unidos

EUA pedem desculpas ao Chile após vazamento do WikiLeaks

27 dez 2010 - 23h59
(atualizado em 28/12/2010 às 05h02)
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O ministro das Relações Exteriores chileno, Alfredo Moreno, afirmou nesta segunda-feira que os Estados Unidos pediram desculpas ao governo do Chile pelo conteúdo dos documentos diplomáticos revelados pelo WikiLeaks que se referem ao presidente Sebastián Piñera.

Moreno disse aos jornalistas no Palácio de La Moneda, sede do Executivo, que foi chamado por Arturo Valenzuela, encarregado do Estado americano para o hemisfério ocidental, para se eximir pelo vazamento.

"(Ele) Assinalou que isto não representava a opinião dos EUA nem de sua diplomacia. São funcionários que enviaram relatórios como fazem muitos funcionários no mundo todo", acrescentou o chefe da diplomacia chilena em relação aos documentos divulgados esta tarde pelo jornal espanhol El País.

O documento vazado mostra que os Estados Unidos mostraram interesse após Piñera ter aparecido nas pesquisas como o provável substituto de Michelle Bachelet (2006-2010). "Homem de negócios competitivo e político que tende a tomar riscos, Piñera esteve vinculado no passado a questionáveis ações sobre seus negócios, mas os eleitores parecem relativamente desinteressados por estas acusações", indica a embaixada americana em Santiago.

A publicação acrescenta que o chileno é "tenaz e competitivo, maneja tanto seus negócios como sua política até os limites da lei e da ética". "Algumas de suas ações, como emprestar dinheiro a empresas fictícias, parecem atravessar claramente a linha da incorreção legal. Outras vezes, no entanto, parece mais uma vítima das circunstâncias, da negligência ou da imensa extensão de sua fortuna", acrescenta o documento.

Esses comentários, redigidos pela número dois da embaixada, Carol Urban, também foram comentados pela ministra porta-voz, Ena Von Baer, que sustentou que "opiniões de funcionários pouco criteriosos e mal informados afetaram líderes, incluindo a ex-presidente Bachelet", acrescentando que estes fatos "produziram situações vergonhosas para a diplomacia americana no mundo todo".

O vazamento WikiLeaks
No dia 28 de novembro, a organização WikiLeaks divulgou mais de 250 mil documentos secretos enviados de embaixadas americanas ao redor do mundo a Washington. A maior parte dos dados trata de assuntos diplomáticos - o que provocou a reação de diversos países e causou constrangimento ao governo dos Estados Unidos. Alguns documentos externam a posição dos EUA sobre líderes mundiais.

Em outros relatórios, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pede que os representantes atuem como espiões. Durante o ano, o WikiLeaks já havia divulgado outros documentos polêmicos sobre as guerras do Afeganistão e do Iraque, mas os dados sobre a diplomacia americana provocaram um escândalo maior. O fundador da organização, o australiano Julian Assange, foi preso no dia 7 de dezembro, em Londres, sob acusação emitida pela Suécia de crimes sexuais.



infográfico info wikileaks
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Foto: Reuters
EFE   
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