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Ásia

Coreia do Sul anuncia reunião com a China em meio a tensão

26 dez 2010 - 08h41
(atualizado às 12h06)
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A Coreia do Sul anunciou neste domingo ter marcado uma reunião com a China, principal aliado da Coreia do Norte, para fevereiro, em meio à crescente instabilidade na região pela tensão com o regime comunista de Pyongyang.

Soldados norte-coreanos observam um barco de turistas chineses chegar, no rio Yalu, em Sinuiju
Soldados norte-coreanos observam um barco de turistas chineses chegar, no rio Yalu, em Sinuiju
Foto: Reuters

Está previsto que o ministro sul-coreano de Defesa, Kim Kwan-jin, que assumiu seu cargo há apenas um mês, discuta o tema com seu equivalente chinês, Liang Guanglie. Este será o primeiro encontro de ministros da pasta dos dois países desde maio de 2009.

Embora o Governo sul-coreano não tenha dado mais detalhes sobre a agenda da reunião, a agência local Yonhap informou que, entre outras questões, serão debatidas as recentes "provocações militares" da Coreia do Norte.

Segundo um funcionário do ministério citado pela agência, a expectativa é de que o ministro sul-coreano peça à China que atue com "responsabilidade" para pressionar o regime de Kim Jong-il de modo que cesse suas hostilidades, um apelo que Seul lançou de forma conjunta, no princípio deste mês, com EUA e Japão.

A China é o principal aliado político da Coreia do Norte e maior fornecedor de ajuda econômica ao país, ao qual apoiou na guerra de 1950-1953 contra o Sul, que terminou com um armistício ao invés de um tratado de paz.

Após o inesperado ataque promovido por Pyongyang em 23 de novembro à ilha sul-coreana de Yeongpyeong, na tensa fronteira do Mar Amarelo, a China mostrou sua preocupação com a "precária" situação na península coreana, e assegurou que não protegeria nenhuma das partes.

O anúncio de hoje aconteceu após uma nova escalada de ameaças verbais entre as duas Coreias por causa das manobras militares organizadas por Seul perto da fronteira com o Norte.

Na última segunda-feira, as forças sul-coreanas efetuaram exercícios perto da ilha de Yeonpyeong, e dois dias mais tarde fizeram manobras terrestres e aéreas na região de Pocheon, a cerca de 20 km da Coreia do Norte.

O país comunista respondeu a esses últimos exercícios com a ameaça de uma "guerra santa" e o eventual uso de seu "poder dissuasório nuclear" caso que houvesse violação de seu território.

Enquanto as forças sul-coreanas se mantêm em alerta, o governo de Seul trabalha para coordenar com os EUA, seu principal aliado de segurança, os esforços para resistir a uma eventual ofensiva norte-coreana.

Fontes oficiais em Seul indicaram hoje à agência "Yonhap" que está previsto que no início de 2011, em janeiro ou fevereiro, aconteça a chamada reunião "2+2", da qual participam os chanceleres de Coreia do Sul e EUA.

Nesse encontro, que inicialmente estava previsto para este mês em Washington mas foi adiado por motivos de agenda, segundo as fontes, serão analisadas as medidas de segurança na península coreana para fazer frente às "provocações" do Norte.

A Coreia do Sul acredita que Pyongyang poderia promover novas ações beligerantes no próximo ano, em meio ao processo de transição que vive o regime de Kim Jong-il, que em outubro designou seu filho mais novo, Kim Jong-un, como seu provável sucessor.

Segundo um estudo publicado hoje pelo Instituto para a Estratégia de Segurança Nacional, administrado pelos Serviços de Inteligência sul-coreanos, Kim Jong-un, cuja idade provável é de 28 anos, poderia em 2011 consolidar seu poder ao se transformar em número dois da poderosa Comissão Nacional de Defesa, presidida por seu pai.

Neste contexto, não se descarta que o país comunista "desenvolva estratégias" para mostrar seu poder com ações de provocação como ataques a navios ou postos de observação sul-coreanos, segundo o relatório.

EFE   
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