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Ásia

Coreia do Sul mostra força à Coreia do Norte com novas manobras

23 dez 2010 - 09h52
(atualizado às 10h46)
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O Exército e a Aeronáutica da Coreia do Sul realizaram nesta quinta-feira exercícios militares de grande escala perto da fronteira com a Coreia do Norte, em meio à tensão política com Pyongyang após o ataque norte-coreano contra uma ilha sul-coreana, realizado há um mês.

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As manobras contaram com 800 homens e incluíram testes com mais de 100 tipos de armas pesadas, entre elas mísseis antitanque e canhões, além de aviões e helicópteros de combate.

Foi o maior desdobramento em termos armamentísticos realizado até o momento na região de Pocheon, a cerca de 20 km da fronteira com a Coreia do Norte, e apenas três dias depois de outras polêmicas manobras no Mar Amarelo (Mar Ocidental).

O regime comunista de Pyongyang ameaçou retaliar Seul caso os sul-coreanos realizassem os exercícios militares de segunda-feira, mas não levou o caso adiante. Nesta quinta, a Coreia do Norte voltou a criticar as manobras, sem levantar a possibilidade de uma reação armada.

Os Estados Unidos, país que é o principal aliado em termos de segurança da Coreia do Sul, ressaltaram ontem à noite que as manobras de hoje seriam "transparentes", de "natureza defensiva" e foram anunciadas com antecedência, por isso alegaram que de maneira nenhuma devem provocar uma resposta norte-coreana.

Os últimos exercícios militares coincidem, além disso, com outros que Seul realiza desde quarta-feira até amanhã em águas de sua costa oriental, a cerca de cem quilômetros ao sul da fronteira marítima, com navios de guerra e helicópteros anti-submarino.

Trata-se de uma exibição de poderio militar com a qual a Coreia do Sul procura, segundo especialistas, demonstrar que está determinada a responder imediatamente a uma provocação do regime de Pyongyang, depois do inesperado ataque de 23 de novembro que deixou quatro mortos e 17 feridos na ilha sul-coreana de Yeonpyeong.

Esse fato, um dos mais graves entre as duas Coreias desde a guerra que as enfrentou (1950-1953), fez com que o governo do conservador Lee Myung-bak endurecesse sua política defensiva e desdobrasse novos efetivos e armamento nas ilhas próximas à fronteira norte-coreana.

Hoje, o presidente sul-coreano fez uma rara visita a uma unidade do Exército na região de Yanggu, próxima à Zona Desmilitarizada que desde 1953 divide as duas Coreias.

"Pensava que a paciência traria a paz a esta terra, mas não foi assim", disse Lee, que durante a visita inspecionou um posto de guarda situado a somente um quilômetro da Coreia do Norte, informou a agência sul-coreana "Yonhap".

O presidente sul-coreano assegurou que a Coreia do Sul manterá uma defesa "inexpugnável" e lançará "um contra-ataque sem piedade" se for alvo "de um ataque surpresa".

O governante também criticou o regime de Kim Jong-il por manter o programa de desenvolvimento nuclear do país comunista, especialmente, segundo ele, com uma economia destroçada e as graves crises de fome que afetam a população.

As negociações para a desnuclearização da Coreia do Norte, das quais participavam as duas Coreias, EUA, Rússia, China e Japão, estão paralisadas desde o fim de 2008 pelo boicote unilateral de Pyongyang.

No entanto, nos últimos meses, o regime de Kim Jong-il se mostrou disposto a retomá-las em troca de compensações, o que foi rejeitado pelos EUA e seus aliados.

Após o ataque de um mês atrás, a China, principal aliado e benfeitor da Coreia do Norte, convocou uma reunião de emergência dos membros do diálogo de seis lados para diminuir a tensão, mas a proposta foi recebida com frieza por Seul, Washington e Tóquio.

EFE   
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