PUBLICIDADE

Mundo

Start recebe sinal verde para ratificação no Senado americano

21 dez 2010 - 22h31
Compartilhar

O novo tratado Start de desarmamento nuclear entre os Estados Unidos e a Rússia superou nesta terça-feira o último empecilho para sua ratificação definitiva pelo Congresso americano.

Em uma votação de procedimento para encerrar o debate na câmara alta, 67 senadores deram seu apoio ao tratado, enquanto 28 votaram contra, o que deixa o caminho facilitado para a ratificação definitiva, algo que se espera que aconteça ainda nesta quarta-feira.

A ratificação ficou praticamente garantida depois que nove senadores republicanos tornaram pública sua intenção de votar a favor. Os últimos a anunciar seu "sim" foram os senadores Lamar Alexander, Johnny Isakson e Bob Bennet.

Esses votos contrariam a oposição de outros importantes republicanos, como a do líder da minoria no Senado, Mitch McConnell, e do principal negociador do partido no que se refere ao tratado, John Kyl.

Os democratas contam com 58 cadeiras no Senado, mas precisavam do apoio de pelo menos nove republicanos para alcançar os 67 votos, equivalentes a dois terços do Senado, que são necessários para ratificar um tratado internacional, segundo a lei americana.

O novo tratado Start, que substitui o de 1991, reduz em 30% o número de ogivas nucleares, até 1.550 por país, e limita a 800 o de vetores estratégicos, como mísseis intercontinentais, submarinos e bombardeiros.

Além disso, introduz um novo sistema de inspeções dos arsenais nucleares, depois que há um ano expirou o Start anterior.

O presidente dos EUA, Barack Obama, assinou o documento em Praga em abril deste ano junto a seu colega russo, Dmitri Medvedev, após um ano de negociações entre os dois países.

A superação do último empecilho para a ratificação representa um importante triunfo político para Obama, que nas duas últimas semanas conseguiu alguns outros, como a aprovação no Congresso de um acordo para prorrogar os cortes de impostos e a abolição, que promulgará nesta quarta, da lei que proíbe os homossexuais declarados de ingressar nas Forças Armadas (DADT).

Esses triunfos representam uma chamativa mudança de sorte depois que há menos de dois meses os democratas sofressem o que o próprio Obama descreveu como "uma surra" nas eleições legislativas, em que perderam a maioria na Câmara de Representantes e seis cadeiras no Senado.

Segundo o porta-voz presidencial, Robert Gibbs, a Casa Branca demonstrou que o novo tratado Start serve para melhorar a segurança do país, pois estabelece um novo regime de inspeções dos arsenais nucleares e permitiu melhorar a cooperação com a Rússia em áreas como a luta contra o terrorismo e a proliferação nuclear.

Em sua entrevista coletiva diária, o porta-voz fez referência ao Start e às últimas conquistas da Casa Branca para exemplificar a colaboração entre os dois partidos, "que nas últimas duas semanas mostrou ser uma boa fórmula para o país".

Obama adiou suas férias junto a sua família no Havaí, seu estado natal, à espera que o Senado aprove o Start. É possível que o presidente conceda uma entrevista coletiva antes de partir para o arquipélago.

A Casa Branca havia lançado uma forte ofensiva entre os senadores para conseguir o sinal verde a um tratado que representa a maior conquista até o momento da Administração Obama em política externa.

O presidente americano já havia enviado na semana passada cartas aos líderes democratas e republicanos no Senado a favor da medida, e nesta terça-feira a Casa Branca publicou outras mensagens enviadas aos republicanos Lamar Alexander e Thad Cochran e aos democratas Dianne Feinstein e Dan Inouye.

Além disso, Obama vinha discursando quase que diariamente a favor do tratado, que, segundo ele, permitiu a colaboração da Rússia em assuntos como o trânsito por território russo para o abastecimento de tropas no Afeganistão e a imposição de sanções contra o programa nuclear iraniano.

EFE   
Compartilhar
Publicidade