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Mundo

Presidente do Sudão é acusado de desviar US$ 9 bilhões

18 dez 2010 - 07h58
(atualizado às 09h20)
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O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, desviou cerca de US$ 9 bilhões do país, e boa parte desse dinheiro pode estar depositado em bancos britânicos, tal como indicam documentos secretos de diplomatas americanos vazados pelo site WikiLeaks. Os documentos, que citam como fonte o promotor Luis Moreno Ocampo, do Tribunal Penal Internacional (TPI), assinalam que parte desses fundos pode estar agora no Lloyds Banking Group.

WikiLeaks: Fidel quase morreu e pode estar em fase terminal:

O promotor disse a funcionários americanos que era hora de dar publicidade a esse roubo em grande escala para que a opinião pública do Sudão se voltasse contra o presidente do país, um dos mais pobres do planeta. "Ocampo sugeriu que se revelasse a quantia. (Bashir) deixaria de ser um 'cruzado' e seria visto como um ladrão", assinala um desses documentos. "Ocampo disse que o banco Lloyds, de Londres, poderia guardar esse dinheiro ou pelo menos saber onde se encontra", acrescenta o documento americano, citado neste sábado pelo diário britânico The Guardian, que revela diariamente os vazamentos do WikiLeaks.

O banco Lloyds - de capital misto - indicou não ter provas que em seus depósitos haja dinheiro em nome de Bashir e acrescentou que a política do banco é cumprir a legislação de todos os países onde atua. Se o que Ocampo diz sobre a fortuna de Bashir for verdade, afirma o The Guardian, os fundos sudaneses depositados em Londres equivalem a um décimo do Produto Interno Bruto (PIB) do Sudão, 15º país mais pobre do mundo. O promotor do TPI discutiu o assunto do suposto desvio de dinheiro pouco após emitir uma ordem internacional de prisão contra o presidente sudanês em março de 2009, o primeiro mandado contra um chefe de Estado em exercício.

Bashir foi acusado no ano passado de crimes de guerra e crimes contra a humanidade, aos quais, posteriormente, se somaram acusações de genocídio. Um porta-voz do Governo sudanês contestou as acusações contidas nesses documentos diplomáticos e disse que é mais uma prova da politização do Tribunal Penal Internacional e de suas tentativas de desacreditar o Governo sudanês. "Sustentar que o presidente pode controlar o Tesouro e desviar dinheiro a suas contas privadas é ridículo", declarou Khalid al-Mubarak, porta-voz da embaixada sudanesa em Londres.

O vazamento WikiLeaks
No dia 28 de novembro, a organização WikiLeaks divulgou mais de 250 mil documentos secretos enviados de embaixadas americanas ao redor do mundo a Washington. A maior parte dos dados trata de assuntos diplomáticos - o que provocou a reação de diversos países e causou constrangimento ao governo dos Estados Unidos. Alguns documentos externam a posição dos EUA sobre líderes mundiais.

Em outros relatórios, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pede que os representantes atuem como espiões. Durante o ano, o WikiLeaks já havia divulgado outros documentos polêmicos sobre as guerras do Afeganistão e do Iraque, mas os dados sobre a diplomacia americana provocaram um escândalo maior. O fundador da organização, o australiano Julian Assange, foi preso no dia 7 de dezembro, em Londres, sob acusação emitida pela Suécia de crimes sexuais.



EFE   
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