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Forças Armadas retiram bloqueio imposto a presidente eleito

13 dez 2010 - 20h14
(atualizado às 21h09)
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As Forças Armadas e de Segurança, leais a Laurent Gbagbo, levantaram na noite desta segunda-feira o bloqueio imposto pela tarde ao Hotel Golf, em Abidjan, utilizado como 'quartel-general' por Alassane Ouattara, reconhecido internacionalmente como presidente eleito da Costa do Marfim.

Segundo uma fonte próxima a Ouattara que pediu para não ser identificada, os militares que rodeavam o Hotel Golf se retiraram após várias horas de cerco. Guillaume Soro, designado primeiro-ministro por Ouattara, afirmou que na próxima sexta-feira realizará seu Conselho de Ministros na sede oficial da chefia do governo em Abidjan.

A milícia Forças Novas, os antigos rebeldes liderados por Soro, e os capacetes azuis da operação da ONU na Costa do Marfim (Onuci) se encarregaram de proteger o Hotel Golf para impedir qualquer ação militar contra Ouattara. A tensão aumentou na manhã desta segunda-feira em Abidjan, quando houve troca de tiros entre policiais fiéis a Gbagbo e milicianos das Forças Novas e capacetes azuis, quando os primeiros tentaram bloquear os acessos ao hotel.

Mais tarde, um forte contingente de militares conseguiu cercar a sede de Ouattara, o que aumentou o temor do reatamento da guerra civil que dividiu a Costa do Marfim entre 2002 e 2007. Soro, que está no Hotel Golf junto a Ouattara e a maior parte de seu governo, disse que a partir de sexta-feira, seus trabalhos serão realizados nos ministérios para "acabar com as preocupações dos marfinenses".

Por enquanto, os partidários de Gbagbo controlam os edifícios oficiais de Abidjan com o apoio das Forças Armadas e de Segurança, por isso que não está claro como Soro pretende entrar nessas sedes. Eleito presidente em 2000 para cinco anos e que prolongou por outros cinco devido à guerra civil de 2002 a 2007, Gbagbo não aceitou sua derrota no pleito passado e pretende permanecer na Chefia do Estado.

De acordo com a Comissão Eleitoral Independente (CEI), no segundo turno das eleições presidenciais em 28 de novembro Ouattara obteve 54% dos votos, contra 46% de Gbagbo, algo admitido unanimemente pela comunidade internacional. O Conselho Constitucional, formado por partidários de Gbagbo, também não aceitou os resultados da CEI e, após anulá-los em sete departamentos favoráveis a Ouattara, deu a vitória a Gbagbo, com 51,5% contra 48,5% de seu adversário.

Ambos se proclamaram posteriormente presidentes e nomearam seus primeiros-ministros e gabinetes, o que gerou uma forte tensão na Costa do Marfim, cuja metade sul está sob o controle das Forças Armadas, enquanto o norte é controlado pela milícia Forças Novas, que não se desarmou após a guerra.

EFE   
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