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Europa

Atentado terrorista em Estocolmo comove a Suécia

12 dez 2010 - 20h03
(atualizado às 20h57)
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A Suécia acordou neste domingo comovida pelo atentado terrorista que sacudiu neste sábado o centro de Estocolmo com as explosões de um carro e de um suposto suicida, que morreu em uma ação que poderia ter provocado um massacre.

Após atentado terrorista, suecos fizeram manifestação pela paz na praça Sergels, no centro de Estocolmo
Após atentado terrorista, suecos fizeram manifestação pela paz na praça Sergels, no centro de Estocolmo
Foto: AFP

Os serviços de inteligência suecos (Säpo) confirmaram que as autoridades consideram o ocorrido um ato de terrorismo, mas se mostraram prudentes na hora de conectar os incidentes e com o e-mail enviado minutos antes das explosões por um suposto terrorista islâmico.

Na mesma linha se manifestou o primeiro-ministro conservador, Fredrik Reinfeldt, que reivindicou "paciência" e tempo para que a investigação esclareça as incógnitas que rodeiam o atentado.

A polícia admitiu, no entanto, que trabalha com a hipótese de que exista uma conexão, enquanto vários meios de comunicação suecos, que citam fontes anônimas da investigação, apontam que o dono do veículo e o suicida eram a mesma pessoa.

Agentes policiais registraram neste domingo o imóvel do dono do carro, na província de Jönköping, no sul do país, segundo a emissora pública Rádio da Suécia.

O veículo, com vários galões de gasolina dentro, explodiu pouco antes das 17h hora local (14h horarío de Brasília) no cruzamento das ruas Drottning e Olof Palme, ferindo levemente duas pessoas.

Dez minutos depois, perto do local, entre as ruas Drottning e Bryggar, ocorreu a segunda explosão, que causou a morte do suposto terrorista.

O homem, que segundo testemunhas gritou algo em árabe antes de se matar, carregava uma mochila cheia de parafusos e seis "bombas", mas só uma delas explodiu, segundo o tablóide Aftonbladet.

Essa circunstância faz a polícia pensar que uma das bombas explodiu antes do tempo e que o objetivo real era chegar a uma área movimentada e detonar todos os artefatos para matar o maior número de pessoas possível.

A rua Drottning é a principal área de pedestres de Estocolmo, cheia de lojas e mercados, e a poucos metros de onde ocorreram as explosões fica o Konserthus, palco no dia anterior da cerimônia de entrega dos prêmios Nobel.

A hipótese policial é que o suicida fazia publicidade para vários estabelecimentos na rua Bryggar, segundo o tablóide Expressen, que assinala que junto ao morto foi encontrado um panfleto com a oferta de um restaurante.

Em sua página no Facebook, o dono do veículo que explodiu tem uma bandeira da rede terrorista Al Qaeda em seu perfil e vários vídeos no YouTube com imagens de mártires, assinalaram fontes da investigação.

Trata-se de um iraquiano de 28 anos que emigrou para a Suécia em 1992.

Minutos antes da primeira explosão, o Säpo e a agência de notícias sueca TT receberam um e-mail no qual um indivíduo que se diz muçulmano se dirige ao povo sueco e adverte que suas "crianças, filhos e irmãos morrerão como nossos irmãos, irmãs e crianças morrem".

Na nota critica a participação militar sueca no Afeganistão e o "silêncio" da população contra o desenhista Lars Vilks, famoso por retratar Maomé como um cachorro em 2007 e que neste domingo teve proteção policial reforçada.

"Nossas ações falarão por elas mesmas", diz o indivíduo, que termina a mensagem com um pedido aos muçulmanos da Europa para acabarem com as "humilhações", lembra que "é hora de atacar" e que não se deve temer a prisão.

As autoridades suecas decidiram, por enquanto, não aumentar o grau de ameaça terrorista no país, mas elevou a presença de agentes em vários pontos da capital, principalmente no centro, onde grande parte do comércio permanece fechado.

A Suécia aumentou há alguns meses a ameaça terrorista para o grau três em uma escala máxima de cinco, o nível mais alto em meia década.

O atentado foi qualificado pelo primeiro-ministro sueco de "inaceitável" e de "ameaça para nossa sociedade aberta".

Várias vozes da comunidade muçulmana, como a Federação Islâmica Sueca e o imame da principal mesquita de Estocolmo, condenaram sem paliativos o atentado, apesar de mostrarem, ao mesmo tempo, medo de que a suspeita se estenda a eles e de que aumente o racismo.

EFE   
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