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Ásia

Pequim chama países que apoiam Nobel a Liu Xiaobo de "palhaços"

7 dez 2010 - 10h27
(atualizado às 11h16)
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O regime chinês chamou de "palhaços" quem apoia a concessão do Prêmio Nobel da Paz ao dissidente preso Liu Xiaobo, e garantiu nesta terça-feira, sem citar nomes, que diversos países defendem a postura de Pequim.

"Eu gostaria de dizer aos membros do Comitê Nobel que eles estão orquestando uma farsa contra a China. Somos contra qualquer um que use o caso de Liu Xiaobo para provocar e interferir nos assuntos internos e no sistema judiciário chinês", disse a porta-voz da Chancelaria chinesa Jiang Yu.

"Não vamos mudar só por causa da interferência de uns poucos palhaços", acrescentou a funcionária ao ser questionada sobre as comparações entre China e a Alemanha nazista, já que foi em 1936 a última vez que o Comitê Nobel outorgou o prêmio a um pacifista que cumpria pena sob o regime de Adolf Hitler.

A China mantém 140 dissidentes chineses próximos a Liu Xiaobo, entre eles sua própria esposa, Liu Xia, sob vigilância e prisão domiciliar, e nos últimos dias proibiu que um grupo de cidadãos viajasse para Oslo, entre eles, o artista Ai Weiwei.

A porta-voz Jiang acrescentou que a postura chinesa está respaldada por uma centena de países, embora se negou a citar a lista.

O Comitê Nobel informou nesta terça-feira a ausência de 19 países na cerimônia de entrega do prêmio. Além da própria China, não estarão presentes: Rússia, Cazaquistão, Colômbia, Tunísia, Arábia Saudita, Paquistão, Sérvia, Iraque, Irã, Vietnã, Afeganistão, Venezuela, Filipinas, Egito, Sudão, Ucrânia, Cuba e Marrocos.

A organização divulgou nas últimas semanas que vários países europeus tinham denunciado uma campanha de ameaças por parte de Pequim para evitar que participem da cerimônia de premiação, na qual a cadeira do dissidente preso estará simbolicamente vazia.

No entanto, representações diplomáticas de 44 embaixadas estarão no Auditório da Prefeitura de Oslo, onde se celebra tradicionalmente a cerimônia.

O intelectual Liu Xiaobo, de 54 anos, foi condenado a 11 anos de prisão em dezembro de 2009 por "subverter o poder contra o Estado" após redigir um manifesto político, a Carta 08, no qual pede reformas democráticas e a aplicação de direitos constitucionais, e que até hoje recolheu 10 mil assinaturas.

EFE   
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