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Mundo

Pobreza global segue predominando em zonas rurais, diz relatório

5 dez 2010 - 11h59
(atualizado às 12h57)
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A pobreza no mundo continua como um fenômeno que predomina em áreas rurais apesar dos progressos da última década, que salvaram mais de 350 milhões de camponeses da miséria extrema, segundo relatório divulgado neste domingo em Londres pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Ifad, na sigla em inglês).

O citado documento, "Rural Poverty Report 2011", mostra que nos últimos dez anos a taxa total de pobreza extrema registrada em áreas rurais de países desenvolvidos - pessoas que vivem com menos de US$ 1,25 ao dia - diminuiu de 48% para 34%.

Seus autores destacam um aumento alarmante no número de pessoas extremamente pobres de zonas rurais da África Subsaaariana, embora o percentual de indivíduos que vivem com menos do equivalente de US$ 1,25 ao dia, cifrado em 62%, caiu levemente desde que o IFAD divulgasse o último relatório em 2001.

O documento observou a continuidade da pobreza em áreas rurais no subcontinente sul asiático, que abriga à metade do montante de 1 bilhão de pessoas afetadas pela miséria extrema que moram em áreas rurais do mundo.

A crescente volatilidade nos preços dos alimentos, os efeitos da mudança climática e um leque de limitações nos recursos naturais, entre outros fatores, complicarão os esforços futuros para reduzir a pobreza em zonas não urbanas, segundo o relatório.

As profundas mudanças experimentadas nos mercados agrícolas estão gerando oportunidades promissoras para os pequenos produtores. A partir delas, será possível impulsionar, de forma significativa, sua produtividade, necessária para garantir que haja comida suficiente para a população cada vez mais urbanizada, e que pode chegar aos 9 bilhões de pessoas antes de 2050.

Da mesma maneira, o relatório assinala que continua existindo "uma necessidade urgente de investir mais e melhor em agricultura e nas áreas rurais".

Como indica Kanayo F. Nwanze, presidente do Ifad, é necessário "criar e possibilitar para as mulheres e homens de áreas rurais para que superem os riscos e desafios que enfrentam enquanto trabalham para conseguir que suas fazendas e outros negócios tenham êxito".

Além do declive geral da pobreza extrema no campo em países desenvolvidos, o relatório aponta outros progressos significativos na década passada, como a queda no índice geral de pobreza de US$ 2 ao dia em áreas rurais, de 79% para 61%.

Também foi constatado que nesse período de tempo contemplado, em zonas rurais do este asiático - de forma primordial na China - desceu o número de pessoas extremamente pobres em dois terços, ao passar de 365 milhões para 117 milhões, da mesma forma que a taxa de pobreza extrema, que caiu de 44% para 15%.

O documento identifica progressos feitos em outras regiões, como a queda do índice de extrema pobreza em zonas rurais em mais da metade da América Latina e em quase a metade no Oriente Médio e no norte da África.

Como desafios pendentes aparecem que a pobreza rural continua sendo um fenômeno de enormes dimensões em muitos lugares do mundo desenvolvido, e de forma particular na África Subsaariana e o Sul da Ásia.

"Os baixos níveis de investimento na agricultura, infraestrutura frágil em zonas rurais, produção inadequada e serviços financeiros, e uma base de recursos naturais em deterioração - de forma particular a terra e a água e a crescente competição por seu emprego - estão criando um entorno que torna arriscado e pouco vantajoso aos pequenos produtores do mundo desenvolvido participar dos mercados agrícolas".

Com relação a isso, Ed Heinemann, do Ifad, responsável pelo relatório, adverte que "o mundo em que vive as pessoas do campo está mudando de forma rápida e está originando um leque de novas oportunidades".

EFE   
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