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América Latina

"Golpes" e WikiLeaks foram assunto em Cúpula Ibero-Americana

4 dez 2010 - 18h49
(atualizado às 19h10)
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O escândalo diplomático provocado pelos vazamentos do WikiLeaks marcou neste sábado o encerramento da 20ª Cúpula Ibero-Americana, que será lembrada como a reunião que blindou a região contra as tentativas de golpe.

Os chefes de Estado e de governo ibero-americanos deram neste sábado um salto qualitativo com a assinatura da chamada "cláusula democrática", que prevê suspender do mecanismo ibero-americano os países onde seja violada a institucionalidade democrática.

Embora a cláusula seja mais suave do que as vigentes em outros organismos regionais, como o Mercosul e a Unasul, os presidentes não minimizaram a importância deste acordo, um dos 13 assinados ao término da Cúpula de Mar del Plata.

Para o equatoriano Rafael Correa, esta reunião marca "um antes e um depois" para a história da região. "Estamos concretizando ações para que nunca mais em nossa América aqueles que não conseguem nos vencer nas urnas tentem conspirar contra governos legitimamente eleitos. É necessário que estejamos todos dispostos a levar a resolução adiante com muita firmeza, cortando todo tipo de vínculo com aqueles países que tentem ou consigam destituir a democracia", disse a anfitriã, a argentina Cristina Fernández de Kirchner.

Para o guatemalteco Álvaro Colom o documento pode contribuir para assegurar a estabilidade política na América Central. "Os problemas da democracia só se resolvem com mais democracia", disse o salvadorenho Mauricio Funes, que pediu à cúpula que não "castigue" o povo hondurenho pelo golpe de junho de 2009.

Além disso, fez um apelo ao governo de Honduras, liderado por Porfirio Lobo, o único que não foi convidado a Mar del Plata, a reconstruir sua democracia para possibilitar o retorno de Manuel Zelaya ao país.

O outro tema do encontro, o escândalo da diplomacia americana, foi incluído na cúpula na véspera de sua abertura e chegou neste sábado ao plenário por meio dos países da Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas), cujos presidentes, curiosamente, não compareceram à reunião de Mar del Plata.

Os rumores que apontavam para a aprovação de uma moção crítica contra Washington não foram concretizados, embora Rafael Correa tenha admitido neste sábado que "não foi incluída (nenhuma resolução), mas se discutiu o assunto".

No plenário, o primeiro a abrir o fogo foi o chanceler cubano, Bruno Rodríguez Parrilla, que denunciou que os vazamentos do WikiLeaks "desnudam a diplomacia imperialista", "transparecem suas verdadeiras intenções" e a "grosseira intervenção em nossos assuntos internos". "Hão de restar poucos ingênuos neste mundo que não tenham entendido que por trás dos sorrisos e palavras amáveis do presidente dos Estados Unidos não houve nenhuma mudança de política nem ética", afirmou o ministro.

Na mesma linha, o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, opinou que os vazamentos estão mostrando "uma imensa operação de intriga política, de espionagem, de busca de influência por via ilegítima" e colocam luz sobre a "perseguição permanente da revolução bolivariana, contra o povo venezuelano".

EFE   
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