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América Latina

Líderes ibero-americanos fazem homenagem a Néstor Kirchner

4 dez 2010 - 12h34
(atualizado às 13h21)
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Os chefes de Estado e de Governo que participam da 20ª Cúpula Ibero-Americana fazem neste sábado uma homenagem ao ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner, falecido recentemente, a quem foi dedicado um minuto de aplausos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou com carinho do ex-governante que esteve à frente da Presidência argentina entre 2003 e 2007, período em que Argentina e Brasil avançaram com dinamismo extraordinário em suas relações.

Visivelmente emocionado, Lula relatou que teve a "sorte" de conhecer Kirchner quando ainda era uma "vaga esperança" de candidato a presidente e ali mesmo iniciaram uma relação "respeitosa" e "muito intensa" que conseguiu vencer o clima de controvérsia permanente, nos campos diplomático e empresarial.

Kirchner, quem morreu em 27 de outubro, aos 60 anos, de um parada cardíaca, foi, segundo Lula, "fundamental" para recuperar o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), para "derrotar a ideia da Área de Livre-Comércio das Américas (Alca)" e para criar a União de Nações Sul-americanas (Unasul) e "estabelecer uma relação de confiança" na região.

O líder brasileiro disse que quem foi desde maio secretário-geral de Unasul "muitas vezes funcionava como conciliador das divergências" entre os países e afirmou que Kirchner conseguiu recuperar a autoestima dos argentinos após a severa crise política e econômica de 2001-2002.

"Kirchner era o Maradona da política", afirmou Lula, que sustentou que não houve outra pessoa que tenha tido "a ousadia e a coragem" para recuperar a economia argentina. Lula assinalou que Kirchner morreu "por viver demais a política" e disse acreditar que "a partir da outra vida" o ex-líder envia forças a sua esposa e sucessora na Presidência argentina, Cristina Fernández de Kirchner.

"Vou guardar para sempre a lembrança da mais extraordinária amizade que tive com o Governo argentino. (...) A lembrança que guardo não é o de um presidente, mas a de um companheiro de todas as horas", afirmou.

Ao encerrar o discurso, Lula abraçou emotivamente Cristina, após o qual todos os chefes de Estado e de Governo que participam da cidade argentina de Mar del Plata da 20ª Cúpula Ibero-Americana aplaudiram durante um minuto em pé em memória de Kirchner.

Cristina revelou que esta é a primeira vez em que aplaude ao marido, já que havia um "código muito secreto" que só ele aplaudiria a mulher.

Na sessão especial de homenagem também discursou o Rei da Espanha, quem destacou que Kirchner "pôs ênfase especial na recuperação e o progresso" da Argentina e impulsionou a partir da Unasul a construção de uma região mais próspera e solidária, defensora dos direitos humanos, a liberdade e a justiça.

O monarca manifestou sua "sincera gratidão" pelas "inúmeras mostras de amizade pessoal em direção a Espanha" do falecido presidente, quem disse "ocupa um lugar importante na história da Argentina e do conjunto de região ibero-americana", disse o Rei Juan Carlos.

Partidos políticos governistas se manifestaram em Mar del Plata, nas proximidades do hotel onde ocorre a cúpula, para lembrar o ex-líder. A morte de Kirchner comoveu o cenário político argentino e deu lugar a um grande funeral em Buenos Aires e em sua cidade natal, em Río Gallegos.

EFE   
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