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Costa do Marfim fecha fronteiras após vitória eleitoral da oposição

2 dez 2010 - 20h38
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As Forças Armadas e de Segurança da Costa do Marfim anunciaram nesta quinta-feira o fechamento das fronteiras do país, pouco depois do anúncio da vitória do opositor Alassane Ouattara nas eleições presidenciais.

"As fronteiras terrestres, aéreas e marítimas estão fechadas a todo movimento de pessoas e mercadorias a partir desta quinta-feira às 20h (18h de Brasília) até nova ordem", assinalava uma nota dos militares transmitida pela televisão pública nesta noite.

A tensão aumenta na Costa do Marfim, onde os partidários do atual presidente, Laurent Gbagbo, se negam a aceitar os resultados das eleições e onde, além do Exército, também permanecem armadas as Forças Novas, milícia que manteve a guerra civil com o Governo entre 2002 e 2007.

Um contingente de 8 mil soldados da Missão das Nações Unidas na Costa do Marfim (ONUCI) busca manter a paz no país, onde a população teme um novo enfrentamento civil.

O Conselho de Comunicação anunciou a suspensão das transmissões de rádio e televisão da mídia estrangeira no país.

O presidente do Conselho Constitucional, Paul Yao N''Dré, indicou que os resultados anunciados pela Comissão Eleitoral Independente (CEI), que dão a vitória a Ouattara com 54% de votos, "não são válidos", pois foram anunciados depois das 72 horas que esse organismo tem para fazê-lo após o fechamento das urnas.

Em declaração à mídia marfinense, N''Dré disse que "não corresponde nem à ONU, nem à União Europeia, e muito menos à União Africana e à Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), proclamar os resultados das eleições na Costa do Marfim".

"A proclamação dos resultados corresponde única e exclusivamente ao Conselho Constitucional", acrescentou N''Dré, segundo quem o organismo examinará as reivindicações dos candidatos e proclamará os resultados em um prazo de uma semana.

Tanto a ONU como diversos países, entre eles Estados Unidos e os da União Europeia (UE), reivindicaram às autoridades eleitorais da Costa do Marfim que divulgassem "sem demora" os resultados das eleições, que deviam ter sido anunciados nesta quarta-feira, prazo correspondente às 72 horas posteriores ao fechamento das urnas.

Os seguidores do presidente Laurent Gbagbo, que segundo os resultados da CEI perdeu o segundo turno, ao conseguir 46% dos votos, não aceitaram esses resultados.

A Frente Popular Marfinense (FPI), partido de Gbagbo, apresentou impugnações para anular a votação em várias regiões do norte, onde Ouattara tem a maior parte de seus seguidores.

O Governo decretou toque de recolher noturno para evitar conflitos e o estendeu até o próximo domingo.

Na noite passada, homens armados atacaram uma sede do Reagrupamento dos Republicanos (RDR), legenda de Ouattara, mataram pelo menos quatro pessoas, feriram outras 41 e há várias desaparecidas e possivelmente sequestradas.

Gbagbo foi eleito presidente em 2000 para um mandato de cinco anos e se manteve outros cinco no poder devido a atrasos na convocação do pleito pela guerra civil, que durou de 2002 a 2007 e dividiu o país entre o sul, leal ao Governo de Abidjan, e o norte, controlado pelas Forças Novas do atual primeiro-ministro, Guillaume Soro.

EFE   
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