China classifica vazamento de "absurdo" e censura WikiLeaks
2 dez2010 - 06h59
(atualizado às 09h06)
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O regime chinês qualificou nesta quinta-feira de "absurdo e ridículo" o vazamento de documentos diplomáticos americanos pelo "WikiLeaks" e justificou a censura ao site.
"Quanto aos absurdos e ridículos conteúdos dessa página, não vamos fazer comentários", assinalou em entrevista coletiva a porta-voz da Chancelaria chinesa, Jiang Yu.
O vazamento pôs em evidência a suposta influência da China sobre o regime norte-coreano, o descontentamento de Pequim com o líder desse país, Kim Jong-il, e o desejo de uma Coreia unificada, entre outros temas espinhosos da política regional do gigante asiático.
Quanto à censura aplicada por Pequim a esse conteúdo, a porta-voz assegurou que a "internet é aberta e regida pela lei na China", antes de indicar que "as medidas que aplicamos na internet seguem práticas internacionais".
Questionada se seria melhor que os documentos fossem mantidos em segredo, a porta-voz se limitou a recomendar que os Estados Unidos "manejem esses assuntos de forma apropriada".
A China é o país com o maior número de usuários da internet, com mais de 420 milhões, embora o regime aplique uma ferrenha censura sobre temas considerados delicados, como os direitos humanos, o Nobel da Paz Liu Xiaobo e o Dalai Lama.
Em reunião com a embaixadora americana Liliana Ayalde, o ministro das Relações Exteriores paraguaio Hector Lacognata disse que o vazamento "é uma questão delicada, que requer prudência"
Foto: Reuters
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, qualificou o vazamento como uma "atuação lamentável", que espera que não traga consequências para "a segurança da Alemanha e de seus aliados"
Foto: AP
Hillary afirmou que o Departamento de Estado tomará "medidas agressivas" para responsabilizar quem roubou as informações
Foto: AP
Mahmoud Ahmadinejad acredita que a "conspiração" não vai afetar as relações entre os países árabes
Foto: AP
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse que os vazamentos do WikiLeaks oferecem uma prova clara de que o mundo árabe concorda com a avaliação de Israel de que o Irã é o principal perigo para o Oriente Médio. Netanyahu afirmou que os documentos divulgados revelam que Israel e os países árabes moderados têm muito mais em comum do que reconhecem publicamente. "A maior ameaça contra a paz mundial provém do armamento nuclear do regime iraniano", acrescentou
Foto: Reuters
O secretário de imprensa dos EUA, Robert Gibbs, disse que a Casa Branca condena os vazamentos, que qualificou de "irresponsáveis" e disse que eles colocam a vida de diplomatas em risco