Clinton e Ban Ki-moon discutem revelações de WikiLeaks
1 dez2010 - 23h03
(atualizado em 2/12/2010 às 06h52)
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A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, e o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, conversaram nesta quarta-feira sobre as "complicações" causadas pelas revelações do site WikiLeaks, já que algumas detalham espionagem de Washington sobre o dirigente da ONU.
Um porta-voz do organismo intenacional anunciou que Clinton e Ban se reuniram à margem da Cúpula da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), no Cazaquistão, onde estão reunidos. Ambos conversaram sobre "as complicações causadas pelo recente vazamento de documentos diplomáticos dos Estados Unidos", assinala o comunicado.
Ban disse à imprensa no Cazaquistão que "ninguém ficaria contente de saber que foi espionado". O secretário-geral foi alvo de pedidos de informação por parte do departamento de Estado a seus diplomatas, segundo telegramas divulgados pelo WikiLeaks.
O jornal britânico The Guardian publicou telegramas nos quais o departamento de Estado ordena a obtenção de informações sobre "o estilo de gerenciamento e de tomada de decisões" de Ban. O governo americano também pediu números de cartões de crédito, e-mails, telefones e outras informações pessoais de vários altos funcionários da ONU.
Em reunião com a embaixadora americana Liliana Ayalde, o ministro das Relações Exteriores paraguaio Hector Lacognata disse que o vazamento "é uma questão delicada, que requer prudência"
Foto: Reuters
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, qualificou o vazamento como uma "atuação lamentável", que espera que não traga consequências para "a segurança da Alemanha e de seus aliados"
Foto: AP
Hillary afirmou que o Departamento de Estado tomará "medidas agressivas" para responsabilizar quem roubou as informações
Foto: AP
Mahmoud Ahmadinejad acredita que a "conspiração" não vai afetar as relações entre os países árabes
Foto: AP
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse que os vazamentos do WikiLeaks oferecem uma prova clara de que o mundo árabe concorda com a avaliação de Israel de que o Irã é o principal perigo para o Oriente Médio. Netanyahu afirmou que os documentos divulgados revelam que Israel e os países árabes moderados têm muito mais em comum do que reconhecem publicamente. "A maior ameaça contra a paz mundial provém do armamento nuclear do regime iraniano", acrescentou
Foto: Reuters
O secretário de imprensa dos EUA, Robert Gibbs, disse que a Casa Branca condena os vazamentos, que qualificou de "irresponsáveis" e disse que eles colocam a vida de diplomatas em risco