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Estados Unidos

Veja posição dos países sobre os documentos do Wikileaks

29 nov 2010 - 17h35
(atualizado às 19h19)
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No último domingo, o site WikiLeaks divulgou mais de 250 mil documentos enviados de embaixadas americanas ao redor do mundo a Washington. O conteúdo diplomático foi entregue a cinco dos principais jornais do planeta (o americano The New York Times, o britânico The Guardian, o espanhol El País, o francês Le Monde e o alemão Die Spiegel), causando imediata repercussão no mundo inteiro. Veja o posicionamento de alguns países citados nos documentos.

Países citados nos documentos divulgados pelo WikiLeaks se manifestaram nesta segunda-feira
Países citados nos documentos divulgados pelo WikiLeaks se manifestaram nesta segunda-feira
Foto: Reuters

Estados Unidos: "ataque à comunidade internacional"
A Casa Branca atacou os documentos do WikiLeaks referindo-se a "uma ação negligente e perigosa" que põe vidas em risco ao redor do mundo. "Condenamos nos termos mais fortes a revelação não autorizada de documentos secretos e informação sensível de segurança nacional", afirmou o secretário de imprensa da Casa Branca, Robert Gibbs. A Casa Branca afirmou que o vazamento é "irresponsável" e também põe a vida dos diplomatas em risco. O congressista republicano Peter King, que avaliou a divulgação dos documentos como "pior que um ataque militar, pediu que o WikiLeaks seja classificado como organização terrorista.

O procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, informou nesta segunda que seu departamento abriu uma investigação criminal sobre o vazamento dos documentos diplomáticos pelo WikiLeaks. A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, por sua vez, condenou o vazamento e afirmou que o vazamento "é um ataque à comunidade internacional", além de manifestar pesar. "Essa divulgação não é apenas um atentado a interesses estrangeiros da política americana. É um ataque à comunidade internacional", disse Hillary. "Estamos tomando medidas agressivas para responsabilizar quem roubou as informações", disse.

Israel: "sem linguagem dupla"
Um alto funcionário do governo israelense afirmou nesta segunda-feira que o país aparece bem, depois do temor de graves problemas com as revelações de documentos diplomáticos dos Estados Unidos pelo site WikiLeaks. "Nós saímos aparecendo muito bem", disse. "As revelações demonstram que Israel não tem uma linguagem dupla e diz de modo privado o mesmo que diz em público a respeito do programa nuclear iraniano", afirmou. "Acontece que todo o Oriente Médio está temeroso com a perspectiva de um Irã nuclear. Os países árabes querem dos Estados Unidos uma ação militar de maneira muito mais acelerada que Israel", disse.

Austrália: "publicação ilegal"
A Justiça australiana ordenou uma investigação sobre a divulgação de documentos pelo site WikiLeaks e anunciou que apoiará eventuais ações judiciais dos Estados Unidos contra o portal fundado pelo australiano Julian Assange. "Do ponto de vista australiano, pensamos que a publicação destas informações pode ser contrária a vários artigos da lei", disse o procurador-geral do país, Robert McClelland. "A Austrália apoiará qualquer ação judicial que possa ser iniciada. Os Estados Unidos devem iniciá-las, mas as agências australianas darão sua ajuda", disse McClelland.

França: "ameaça à soberania democrática"
O porta-voz do governo francês, François Baroin, expressou nesta segunda-feira solidariedade com Washington após o vazamento de documentos do WikiLeaks. "Nos solidarizamos com a administração americana e com sua vontade de evitar algo prejudique não só a autoridade dos Estados Unidos, mas coloque em perigo homens e mulheres que trabalharam a serviço do país", afirmou Baroin. Após mostrar "preocupação" com "a difusão de informações de caráter confidencial", o porta-voz garantiu que haverá colaboração com os Estados Unidos para combater "o que é uma ameaça" contra "a autoridade e a soberania democrática". Segundo Baroin, Washington advertiu a Paris sobre "a realidade dessas publicações".

Iraque: "não ajuda em absoluto"
O ministro iraquiano das Relações Exteriores, Hoshyar Zebari, criticou a publicação pelo site WikiLeaks de documentos confidenciais americanos. "Estas publicações não nos ajudam em absoluto", disse Zebari. "Estamos em uma fase crítica, tentando formar um governo. Esperamos que tudo isto não envenene a atmosfera geral entre os políticos e dirigentes iraquianos", completou. No entanto, o ministro reconheceu que ainda não havia lido os textos que envolvem especificamente o Iraque.

Itália: "revista de fofocas"
O chanceler italiano, Franco Frattini, qualificou o vazamento como "o 11 de Setembro da diplomacia mundial". Já o ministro da Defesa da Itália, Ignazio La Russa, pediu que não seja dada excessiva importância ao vazamento. "São informações que tinham de permanecer secretas. Provavelmente sua publicação é ilegal, mas, ao fim, parecem sair de uma revista de fofocas", disse La Russa.

O ministro criticou a definição do primeiro-ministro Silvio Berlusconi como 'porta-voz' na Europa do premiê russo, Vladimir Putin, dizendo que Berlusconi defende o "direito da Rússia de ser ouvida". Ele também qualificou de "banais" e "ridículos" outros dos documentos falando sobre as supostas festas de Berlusconi. No entanto indicou que essas publicações obrigarão "a mudar o sistema de relações diplomáticas, e os diplomatas terão de ser mais cuidadosos, reflexivos e prudentes em seus relatórios".

Paraguai: "questão delicada"
O governo paraguaio convidou a embaixadora dos Estados Unidos para uma reunião sobre dos documentos do WikiLeaks que contém dados sobre o país. O chanceler Héctor Lacognata disse que, se as informações se confirmarem, será uma ingerência em assuntos internos de outro país e um fato grave. "Se for confirmado, será um fato que poderá ser considerado grave. Mas estamos falando de suposições, e precisamos avançar na investigação e falar com os principais envolvidos. É uma questão delicada, que requer prudência", disse o ministro.

Rússia: "leitura divertida"
O Kremlin e o governo russo reagiram com prudência ao vazamento dos documentos. "Há uma sensação de pesar e mal-estar", declarou à imprensa um alto funcionário próximo aos círculos diplomáticos. "Mas não é uma tragédia". Para Serguei Lavrov, chefe da diplomacia russa, os documentos são "uma leitura divertida". Na política, entretanto, "preferimos nos apoiar em fatos concretos de nossos aliados", afirmou.

Natalia Timakova, porta-voz de Medvedev, disse que não há nada "interessante ou que mereça comentário" nos documentos publicados pelo Wikileaks. "Os heróis inventados de Hollywood não merecem comentários", afirmou, em resposta a uma mensagem na qual um diplomata compara Putin e Medvedev a Batman e seu fiel assistente Robin. Dimitri Peskov, porta-voz de Putin, também tentou diminuir o peso do assunto. "Primeiro, temos que ver quais diplomatas, de qual escalão, fizeram estes comentários e em quais documentos. Depois, é preciso determinar se de fato eles falam de Putin", afirmou.

Irã: "WikiLeaks não tem crédito"
O presidente Mahmoud Ahmadinejad minimizou a importância dos documentos vazados pelo site WikiLeaks. O presidente iraniano insistiu que a divulgação "não é mais do que um jogo" e que o governo iraniano é "suficientemente inteligente para não prestar atenção (aos documentos)". "O WikiLeaks está publicando de modo sistemático e programado e não tem crédito. Parece mais uma guerra psicológica e não terá o impacto político que eles querem", afirmou Ahmadinejad.

Alemanha: "atuação lamentável"
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, foi duramente criticado após o vazamento de informações do WikiLeaks com comentários depreciativos sobre sua gestão. "Não acho que a história tenha sido assim", disse o ministro sobre a versão de que alguém do Partido Liberal tenha sido o informante a serviço do embaixador dos Estados Unidos. Westerwelle qualificou o vazamento como uma "atuação lamentável", que espera que "não traga consequências para a segurança da Alemanha e de seus aliados", questão que está sendo analisada por especialistas do governo.

Israel: "documentos provam ameaça iraniana"
O primeiro ministro israelense Benjamin Netanyahu disse que os vazamentos do WikiLeaks oferecem uma prova clara de que o mundo árabe concorda com a avaliação de Israel de que o Irã é o principal perigo para o Oriente Médio. Ele disse que os documentos revelam que Israel e os países árabes moderados têm muito mais em comum do que reconhecem publicamente.

"A maior ameaça contra a paz mundial provém do armamento nuclear do regime iraniano. Mais e mais estados, governos e líderes do Oriente Médio e do mundo compreendem que esta é uma ameaça fundamental", disse Netanyahu.

Com informações das agências internacionais.

Fonte: Redação Terra
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