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Estados Unidos

Apesar de ameaça, EUA se recusam a negociar com WikiLeaks

28 nov 2010 - 15h25
(atualizado às 16h31)
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Os Estados Unidos rejeitaram na madrugada de sábado qualquer espécie de negociação com o Wikileaks acerca da anunciada divulgação de documentos confidenciais do governo, afirmando que o site viola a lei americana.

"Não nos envolveremos em uma negociação sobre a próxima publicação ou disseminação de materiais confidenciais dos EUA obtidos de forma ilegal", declarou em uma nota o assessor jurídico do departamento de Estado, Harold Koh, dirigindo-se ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, e seu advogado.

"Como vocês sabem, se algum dos materiais que vocês têm a intenção de publicar foram entregues por funcionários ou qualquer intermediário sem a devida autorização, (eles) chegaram até vocês em violação da lei dos Estados Unidos e sem considerar as graves consequências desta ação", destacou Koh.

"Enquanto o WikiLeaks detiver este material, a violação da lei continua". Assange, por sua vez, disse neste domingo em uma videoconferência com jornalistas da Jordânia que a iminente revelação de novos documentos secretos em sua página envolve "todos os grandes temas".

"O material que estamos a ponto de divulgar cobre, basicamente, todos os grandes temas de cada país do mundo", afirmou Assange, que explicou a escolha do país para conversar com a imprensa porque "a Jordânia não é o melhor lugar para ter a CIA no seu calcanhar".

A localização de Assange é desconhecida. "Na semana passada, vimos que os Estados Unidos estavam se mobilizando para tentar amenizar o efeito (da publicação) de mais de 250 mil documentos confideiciais de embaixadas americanas do mundo todo", indicou Assange.

A ameaça da publicação dos documentos causa dor de cabeça em muitos governos. Washington mantém constante contato com seus aliados neste fim de semana para amortizar o impacto das informações. A secretária de Estado Hillary Clinton ligou na sexta-feira para dirigentes franceses, afegãos, britânicos e chineses, alertando-os sobre o possível conteúdo dos documentos confidenciais que devem ser publicados.

O empenho americano de limitar os danos, no entanto, é um tiro no escuro, uma vez que o Wikileaks afirma ter cerca de três milhões de documentos de todos os tipos, oriundos de representações diplomáticas dos EUA: análises, balanços de reuniões como dirigentes estrangeiros, notas diversas.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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