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Ásia

Coreia do Norte mantém tensão na fronteira do Mar Amarelo

26 nov 2010 - 08h52
(atualizado às 09h53)
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A dois dias das manobras militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, a tensão continua nesta sexta-feira na fronteira do Mar Amarelo (Mar Ocidental), alimentada pelas contínuas ameaças do regime norte-coreano.

Vídeo mostra pânico em ilha atingida pela Coreia do Norte:

Enquanto Seul espera a aprovação de Kim Kwan-jin, substituto do ministro da Defesa demissionário escolhido pelo presidente Lee Myung-bak, a Coreia do Norte aumentou o tom contra os exercícios militares e se esforçou para que sua artilharia fosse escutada na ilha sul-coreana de Yeonpyeong, onde, na terça-feira, quatro pessoas morreram em um ataque de Pyongyang.

Nessa sexta-feira, foi possível ouvir da ilha o som de explosões vindo do território da Coreia do Norte, algo que em um primeiro momento causou alarme, mas que se detectou ser procedente de um treinamento militar rotineiro das forças norte-coreanas.

Um porta-voz militar sul-coreano informou que nenhum disparo foi feito sobre a ilha ou no Mar Amarelo, onde neste domingo a Coreia do Sul e os EUA devem iniciar quatro dias de manobras com a participação do imponente porta-aviões nuclear George Washington, que já está em direção à região.

O general Walter Sharp, comandante dos 28.500 soldados americanos com base na Coreia do Sul, visitou nesta sexta-feira a ilha alvo do ataque, que considerou uma "clara violação do armistício" por meio do qual foi decretado o fim da Guerra da Coreia.

Os exercícios militares vão ser feitos entre domingo e a próxima quarta-feira, sob constantes ameaças do regime comunista norte-coreano e em uma área onde qualquer faísca pode provocar uma explosão de consequências imprevisíveis.

Nesta sexta-feira, Pyongyang assegurou que está preparada para "aniquilar" a Coreia do Sul se sua soberania for violada durante os exercícios militares e insistiu que responderá "sem piedade a qualquer provocação sobre nossa dignidade e soberania".

Enquanto isso, o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, escolheu nesta sexta-feira o novo ministro da Defesa. O titular anterior, Kim Tae-young, renunciou nesta quinta-feira em meio a uma onda de críticas à reação ao ataque de terça-feira, considerada morna por vários setores do país.

Apesar da imprensa ter dado como certa a nomeação do general reformado Lee Hee-won, que ocupa desde maio o cargo de assessor de Segurança Nacional, o eleito pelo presidente foi Kim Kwan-jin, que ainda precisa ser aprovado pelo Parlamento.

Kim Kwan-jin foi responsável da Junta de Chefes do Estado-Maior da Coreia do Sul de 2006 a 2008, durante o Governo anterior.

O conservador Lee Myung-bak chegou à Presidência em fevereiro de 2008 defendendo uma postura rígida rumo ao vizinho do norte, mas a Coreia do Sul sofreu dois graves ataques este ano sem que por enquanto tenha dado uma resposta militar.

Em março, um torpedo lançado de um submarino norte-coreano afundou uma corveta da Marinha sul-coreana e causou 46 mortes no Mar Amarelo, segundo a investigação feita por Seul que Pyongyang não reconhece.

O último ataque da Coreia do Norte sobre Yeonpyeong trouxe novamente à tona a tensão na península que segue tecnicamente em guerra, depois que o conflito de 1950-1953 terminou com um armistício no lugar de um tratado de paz.

A Coreia do Norte não reconhece a fronteira no Mar Amarelo marcada no final da Guerra da Coreia pelo comando da ONU, liderado pelos Estados Unidos, já que considera que foi traçada unilateralmente muito perto de sua costa marítima.

EFE   
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