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América Latina

Eleições representam prova de fogo para futuro do Haiti

25 nov 2010 - 17h36
(atualizado às 18h44)
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As eleições do próximo domingo serão uma verdadeira "prova de fogo" para o futuro do Haiti, um país que tenta fortalecer suas instituições e se recuperar dos golpes dos últimos anos, entre eles um devastador terremoto que deixou 300 mil mortos e uma mortífera epidemia de cólera.

As votações, as primeiras após o abalo sísmico de janeiro, terão caráter decisivo, porque o governo que sair das urnas dirigirá, junto à comunidade internacional, os planos de reconstrução do país projetados após o terremoto.

O presidente haitiano, René Préval, expressou seu desejo de ceder o posto a um novo líder após estas eleições e, apesar de seus adversários políticos afirmarem que ele têm um grande apego ao poder, o governante alega que, "sem democracia, não pode dar certo" o projeto de recuperação do país.

Em palavras de Edmond Mulet, chefe da Missão de Estabilização da ONU no país, a Minustah, a realização de eleições "é essencial para o desenvolvimento do país".

O pleito pode evitar uma situação de fragilidade política prolongada nada conveniente para uma nação que passou por numerosos períodos de instabilidade e que está envolvida em processo de reconstrução integral.

O governo espera que, com a formação de um novo gabinete, a comunidade internacional decida agilizar a remessa de dinheiro prometida para iniciar os projetos de reconstrução, estimados em mais de US$ 10 bilhões e dos quais foram enviados cerca de 10%, segundo uma fonte do Executivo.

Por isso, apesar dos contratempos e dos pedidos de adiamento de alguns partidos políticos, a convocação eleitoral se mantém vigente, e 4,6 milhões de haitianos são chamados às urnas para escolher o sucessor do presidente René Préval, 11 dos 30 senadores e 99 deputados.

Dez meses após o terremoto, as eleições serão realizadas sem que se tenha solucionado a situação dos desabrigados, agravada pela falta de higiene, pela insegurança e por novas catástrofes, como a epidemia de cólera e a passagem do furacão Tomas, que aumentou a gravidade do caso.

Isso sem contar que o fenômeno, que matou 21 pessoas, não afetou totalmente a capital Porto Príncipe, mas regiões no norte e no sul do país, que ficaram inundadas e onde as comunicações foram interrompidas durante dias.

O furacão acentuou, além disso, as dificuldades para combater a epidemia de cólera que castiga o Haiti desde meados de outubro e que já causou mais de 1,3 mil mortes e deixou cerca de 17 mil desabrigados.

As previsões falam de uma intensa propagação da doença, que pode atingir até 300 mil pessoas nos próximos meses e que deixou marcas na vizinha República Dominicana.

EFE   
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