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Ásia

Otan diz que não haverá retirada total do Afeganistão em 2014

19 nov 2010 - 22h16
(atualizado às 23h05)
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A Otan ressaltou nesta sexta-feira que não retirará todas as suas tropas do Afeganistão até o final de 2014, mesmo se já tiver cumprido o objetivo de passar a segurança para mãos afegãs em todo o país.

Presidente afegão é recebido no aeroporto de Lisboa para participar da cúpula nesta sexta
Presidente afegão é recebido no aeroporto de Lisboa para participar da cúpula nesta sexta
Foto: AP

"Prevejo a presença de tropas internacionais depois de 2014, mas não em uma missão de combate, mas de apoio, incluindo a formação de forças de segurança afegãs", antecipou o secretário-geral aliado, Anders Fogh Rasmussen, em entrevista coletiva durante a primeira jornada da cúpula da Otan.

A cúpula sobre o Afeganistão, que será realizada amanhã em Lisboa, aprovará formalmente o início, no começo do próximo ano, da transferência do controle da segurança para mãos afegãs nos distritos mais tranquilos e seguros do país.

A reunião vai "solidificar" a estratégia aliada para a guerra no país, destacou o presidente dos Estados Unidos em declarações.

Obama destacou que Otan e Afeganistão também fecharão, neste sábado, "uma aliança a longo prazo". O objetivo da organização é deixar claro que esta fase e a posterior retirada das tropas não significarão o abandono do país.

O plano prevê que a transferência do controle da segurança se estenda de forma progressiva para o restante do território afegão depois que forem cumpridas uma série de condições, tanto de redução da violência como de melhora das capacidades e da atuação do Governo afegão.

As tropas da Isaf, força que a Otan dirige no Afeganistão por conta da ONU, passarão progressivamente para um segundo plano com o apoio afegão.

Paralelamente, a Otan vai intensificar a formação das forças de segurança afegãs, de modo que os membros do Exército e da Polícia aumentem de 243 mil, em outubro de 2010, para 305,6 mil em outubro de 2011.

Rasmussen ressaltou que considera o objetivo "realista", depois que algumas fontes aliadas apontaram nos últimos dias para a possibilidade de que pudesse ocorrer atrasos.

A reunião de amanhã, da qual participarão 48 países com tropas no Afeganistão, assim como o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o presidente afegão, Hamid Karzai, e instituições presentes no país, como a União Europeia e o Banco Mundial, procura ressaltar o compromisso internacional com o país asiático.

A iminente aprovação do início da fase de transição da segurança está gerando nos países aliados - muitos deles ansiosos para colocar fim nesta missão - uma série de anúncios sobre quando esperam começar a retirar algumas de suas tropas ou entregar a gestão da segurança às autoridades afegãs em suas zonas de controle.

A Espanha está disposta a transferir suas responsabilidades às autoridades afegãs nas províncias de Herat e Badghis entre 2011 e final de 2012, o que não significa a retirada de suas tropas desdobradas no país, disse em Lisboa a ministra da Defesa, Carme Chacón.

A transferência de responsabilidades para mãos afegãs na zona controlada pelos militares espanhóis ocorrerá "passo a passo e de forma paulatina", afirmou Carme.

Vários países, como França, Suécia e Polônia, anunciaram nas últimas semanas que começarão a repatriar alguns de seus soldados já em meados de 2011, enquanto a Alemanha espera iniciar em 2012.

Apesar disso, a Otan não quer criar falsas ilusões e dar a impressão de que haverá uma rápida retirada dos 131 mil soldados da Isaf, já que alguns continuarão no país para apoiar as forças afegãs e seguir as tarefas de instrução.

Para final de 2014 "esperamos que o Afeganistão lidere" a segurança, mas "com o apoio das forças da Otan", lembrou o conselheiro adjunto de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes.

Isto significa que quando terminar o processo de transição haverá áreas onde as autoridades do Afeganistão poderão exercer o controle total com suas forças de segurança e outras "onde terão que utilizar a ajuda da Otan", acrescentou.

EFE   
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