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Mundo

Diante de suposto golpe, premiê de Madagascar pede calma

17 nov 2010 - 14h07
(atualizado às 14h31)
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O primeiro-ministro do regime de Madagascar, Camille Vital, fez nesta quarta-feira um apelo à calma e à unidade das Forças Armadas, após o pronunciamento de um grupo de militares que disseram ter tomado o poder, enquanto a situação permanece confusa no país.

"Madagascar é um Estado de direito e tomaremos medidas contra os infratores da lei", destacou Vital em discurso à imprensa, em referência aos chefes militares sublevados, embora ainda não esteja claro se um grupo militar tomou o poder.

Antes, a chefia do Governo indicou que Vital tinha se reunido com comandantes militares.

Nesta quarta-feira, um comando do Exército do país, que disse falar em nome de um diretório militar, afirmou que as Forças Armadas tinham posto fim ao regime de fato do país, que há 20 meses é liderado por Andry Rajoelina, informa a imprensa local.

Em meio à realização de um plebiscito nesta quarta-feira para a adoção de uma nova Constituição, convocado pelo regime de Rajoelina e boicotado pela oposição, o tenente-coronel Charles Andrianasoavina anunciou que o diretório militar havia tomado o poder, indicou a edição digital do diário Les Nouvelles.

Andrianasoavina, ligado ao golpe de Estado que levou ao poder Rajoelina em 17 de março de 2009, assinalou que, além dele, também estavam no diretório militar "o general Rajoelina, o general Noel Rakotonandrasana e o coronel Coutity".

A situação, segundo a imprensa local, é de calma e por enquanto não houve nenhum incidente significativo em Antananarivo ou em Ivato, área do aeroporto da capital de onde falou o tenente-coronel Andrianasoavina.

Previamente, os militares sublevados haviam divulgado à imprensa local um comunicado no qual pediam "a libertação imediata de todos os presos políticos e a volta de todos os exilados, sem distinção".

Nas últimas horas, de acordo com a imprensa local, os principais líderes malgaxes, entre eles o deposto presidente Marc Ravalomanana e o ex-presidente Albert Zafy, fizeram um apelo aos militares para que "assumam sua responsabilidade", num momento em que consideram que "a pátria está em perigo".

Rajoelina, que chegou ao poder após derrubar Ravalomanana com apoio militar, pretende aprovar uma Constituição que lhe permita permanecer indefinidamente no poder, até a realização de eleições cuja data não está fixada.

EFE   
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