PUBLICIDADE
URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul

Ásia

Entenda o caso da dissidente birmanesa Aung San Suu Kyi

13 nov 2010 - 09h02
Compartilhar

Libertada neste sábado em Mianmar, a líder da dissidência à junta militar Aung San Suu Kyi simboliza a resistência democrática pacífica em Mianmar há mais de 20 anos, dos quais ela passou 15 presa.

Dos últimos 19 anos, ela passou 13 em prisão domiciliar. Em 2008, Suu Kyi foi classificada como a 71ª mulher mais poderosa do mundo pela revista Forbes
Dos últimos 19 anos, ela passou 13 em prisão domiciliar. Em 2008, Suu Kyi foi classificada como a 71ª mulher mais poderosa do mundo pela revista Forbes
Foto: Reuters

Desde 2003, Aung San Suu Kyi está sob prisão domiciliar. Por 15 anos, em três períodos distintos, ela foi privada da liberdade desde o início de sua luta pela democracia, em 1988. Na época ela era líder do movimento de contestação ao regime militar e pediu, de maneira pacífica, reformas democráticas em Mianmar, onde os militares controlam o poder desde o golpe do general Ne Win em 1962.

A libertação da opositora acontece poucos dias depois das primeiras eleições no país em 20 anos, celebradas no último domingo. Nas últimas eleições livres em 1990, Suu Kyi e seu partido, a Liga Nacional para a Democracia, arrasaram nas urnas o partido dos generais, que jamais reconheceram aquela derrota e prenderam a dissidente como represália.

Suu Kyi não pôde se candidatar nas últimas eleições, pois esteve casada com um estrangeiro - o falecido professor universitário britânico Michael Aris - e seus filhos têm passaporte do Reino Unido.

A Justiça birmanesa rejeitou na quinta-feira o último recurso de apelação de Suu Kyi contra sua prisão domiciliar, decisão que não afetou a libertação da vencedora do Nobel da Paz em 1991.

A rejeição do terceiro recurso de apelação, apresentado pelos advogados como uma questão de princípio, não afetou a libertação da "Dama de Yangun", que cumpriu totalmente a pena neste sábado.

Há alguns meses, analistas consideram que o regime comandado pelo generalíssimo Than Shwe terminaria libertando Suu Kyi, que foi mantida afastada das eleições. Mas também lembram que o homem forte da junta, que detesta a dissidente, libertou-a duas vezes antes de determinar sua prisão novamente.

Em maio de 2009, Suu Kyi estava prestes a ser libertada quando um americano conseguiu nadar até sua casa em Yangun, às margens de um lago. Por esta invasão ela foi condenada a mais 18 meses de prisão domiciliar em agosto do mesmo ano.

Suu Kyi está politicamente mais isolada do que nunca. A vitória eleitoral de 1990 de seu partido, a Liga Nacional pela Democracia (LND), parece cada vez mais distante. O resultado da votação de 20 anos atrás nunca foi reconhecido pelo regime ditatorial.

Mas a vitória deu legitimidade a Suu Kyi em Mianmar e no exterior. O principal objetivo da junta militar nas eleições do último domingo era tentar reduzir esta legitimidade. Suu Kyi boicotou as eleições, assim como a LND, que foi oficialmente dissolvida. Em tais condições, o futuro político da dissidente é incerto.

Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade