Barzani anuncia acordo sobre a distribuição de cargos no Iraque
O presidente do Curdistão iraquiano, Massoud Barzani, anunciou nesta quinta-feira em entrevista coletiva em Bagdá que os dirigentes dos diferentes partidos políticos chegaram a um acordo sobre os presidentes do país, do Governo e do Parlamento.
"Ontem à noite (quarta-feira), os chefes dos blocos políticos conseguiram uma grande conquista, uma vitória para todos os iraquianos. Acordaram celebrar a sessão do Parlamento nesta quinta-feira e a distribuição das três presidências", disse Barzani.
Esta é a primeira confirmação oficial sobre a repartição dos três principais postos políticos do Iraque realizada por um líder político que não pertence à aliança dirigida pelo primeiro-ministro em fim de mandato Nouri al-Maliki, que pelo acordo continuará em seu posto.
Barzani explicou que a Chefia do Estado foi outorgada aos curdos, a de Governo a Nouri al-Maliki e a do Parlamento à aliança Al Iraqiya, liderada pelo ex-primeiro-ministro Ayad Allawi, e que foi a vencedora do último pleito.
Informações anteriores dadas indicaram que a Presidência da República, com poucas funções executivas, continuará nas mãos do dirigente curdo Jalal Talabani.
Al Iraqiya, o partido vencedor da eleição de 7 de março, liderará ainda o Conselho Nacional para as Políticas Estratégicas, que receberá várias prerrogativas do primeiro-ministro, segundo fontes ligadas ao processo político.
Até o momento a aliança de Allawi não se pronunciou sobre a divisão dos principais poderes, e para as próximas horas anunciou uma reunião prévia à sessão do Parlamento.
Barzani expressou sua satisfação pelo acordo conquistado entre os diferentes blocos políticos.
"Cada um de nós obteve parte de seus direitos. Ninguém pode ter tudo o que quer, mas no geral, a situação foi satisfatória para todos", acrescentou.
Confirmou que a partir de agora o Iraque terá "um Governo de união nacional verdadeiro e equilibrado, que deve oferecer a segurança e os serviços principais a todos os cidadãos".
O Parlamento deve escolher um novo presidente da Assembleia Legislativa e um novo chefe de Estado, quem designará o primeiro-ministro com suficiente apoio parlamentar.
As nomeações estão pendentes desde as eleições legislativas de 7 de março, quando nenhuma das forças políticas obteve as cadeiras necessárias para governar sozinho.
Desde então, a Assembleia só se reuniu em uma ocasião, por 20 minutos, em 14 de junho.