Rei do Marrocos pede ação por refugiados no Saara
O rei Mohamed VI do Marrocos criticou a Argélia, neste sábado, em discurso à Nação, pedindo à comunidade internacional que ponha um fim à "repressão" que sofrem, segundo ele, os refugiados sarauís estabelecidos nos campos de Tinduf (sudoeste argelino).
"Chegou o momento da verdade, de revelar à comunidade internacional as angústias da repressão, da intimidação, da humilhação e das torturas que são inflingidas a nossos compatriotas nos campos de Tinduf", declarou o soberano por ocasião do 35º aniversário da "Marcha Verde" de 350.000 marroquinos para o Saara ocidental, organizada em 1975 pelo rei Hassan II.
A comunidade internacional e as organizações de direitos humanos devem, afirmou, "assumir suas responsabilidades pondo fim à violação persistente das convenções internacionais humanitárias por parte da Argélia".
Em seu discurso, o rei do Marrocos acusou a Argélia de ter "criado uma situação aberrante inédita, sobretudo ao se negar a autorizar o Alto Comissário para os Refugiados a fazer um censo dos moradores dos campos e garantir sua proteção".
O Marrocos considera os refugiados sarauís do Tinduf - que são mais de 160.000, segundo a Frente Polisário - cidadãos marroquinos.
A Frente Polisário reivindica a independência do Saara Ocidental, uma antiga colônia espanhola anexada pelo Marrocos em 1975, através de um referendo de autodeterminação, enquanto o reino propõe uma ampla autonomia sob sua soberania, repudiando qualquer ideia de independência.