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América Latina

Cuba investiga causas do acidente aéreo que deixou 68 mortos

5 nov 2010 - 15h30
(atualizado às 16h09)
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Poucas horas depois do acidente aéreo que matou 68 pessoas, as autoridades cubanas investigam as causas da queda do avião comercial que cobria a rota entre Santiago de Cuba e Havana, ao mesmo tempo que realizam os trabalhos de resgate. Durante toda a noite, serviços de emergências, autoridades locais e moradores da região da província central de Sancti Spiritus, onde nesta quinta-feira caiu a aeronave ATR-72 da Aerocaribbean, participaram dos trabalhos de resgate, que ainda continuam e ao qual se juntou uma equipe de especialistas em criminalística para determinar as causas do acidente.

Após tomar conhecimento do fato, o Instituto de Aeronáutica Civil informou a criação de uma comissão para investigar o acidente. No entanto, até o momento, as autoridades da ilha não apresentaram indício ou dado algum sobre os motivos pelos quais o avião caiu, além de não terem informado o número de efetivos que ainda trabalham na região.

Perto de Sancti Spiritus, moradores do povoado de Guasimal explicaram aos jornalistas que na quinta-feira viram o avião da Aerocaribbean voar muito baixo e fazer manobras bruscas antes de cair em uma área rural com muita vegetação. O motorista militar Hermes López, uma das testemunhas, declarou à imprensa que no começo da noite teve que trabalhar com as equipes de resgate para poder facilitar o acesso até os destroços do avião, que aparentemente explodiu ao se chocar contra o solo.

Um helicóptero sobrevoou a região nesta sexta-feira por várias vezes, e chegaram ao local caminhões refrigerados, alguns soldados, um caminhão-pipa e veículos da Cruz Vermelha, entre outros. Os 68 ocupantes do avião, todos falecidos, eram 40 cubanos e 28 estrangeiros de dez nacionalidades diferentes - nove argentinos, sete mexicanos, três holandeses, dois alemães, dois austríacos, um francês, um italiano, um japonês, um venezuelano e um espanhol.

O governo da Argentina anunciou que enviará um avião a Cuba para repatriar os corpos dos nove mortos que nasceram no país. Dois funcionários da seção consular do México em Havana, por sua vez, irão ainda nesta sexta ao local da queda, mas não detalharam os procedimentos que serão adotados.

Cuba começou a receber as primeiras condolências internacionais pelo acidente, entre elas as do chefe do governo da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, que enviou um telegrama de pesar ao presidente Raúl Castro. O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, também mandou uma mensagem destinada ao governo e ao povo de Cuba em sinal de solidariedade.

Os principais jornais da ilha recolhem nesta sexta-feira de forma muito discreta o grave ocorrido e se limitam a reproduzir a breve nota informativa dada ontem pelo Instituto de Aeronáutica Civil e a relação de nomes dos ocupantes do avião. A atitude contrasta com a informação, inclusive acompanhada de fotografias do acidente e dos destroços da aeronave, que circulam em vários sites cubanos, principalmente o "Cubadebate", o "Escambray" e o portal da rádio de Sancti Spíritus, todos oficiais.

O ATR-72 acidentado conta com dois motores turboélice para viagens regionais e trajetos de curta duração, e tem capacidade máxima de 74 assentos. O último acidente da aviação cubana havia ocorrido em março de 2002, quando uma pequena aeronave caiu na província central Villa Clara, o que ocasionou a morte dos seus 16 ocupantes, entre eles seis turistas canadenses, quatro britânicos e dois alemães, assim como quatro tripulantes cubanos.

O acidente aéreo mais grave das últimas três décadas em Cuba ocorreu em setembro de 1989, quando um Il-62 com destino a Milão caiu em Havana pouco após decolar e morreram seus 115 ocupantes, dois cubanos e 113 turistas italianos, além de 40 pessoas em terra. Os corpos das 68 vítimas do acidente aéreo ocorrido ontem em Cuba serão transferidos ao Instituto Nacional de Medicina Legal, situado na capital cubana, para identificação por parte de especialistas, informou a mídia local.

EFE   
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