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Mundo

Não há interesse político nas Farc, diz Ingrid Betancourt

4 nov 2010 - 10h03
(atualizado às 10h44)
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Daneil Favero
Direto de São Paulo

Ingrid Betancourt durante evento de lançamento de seu livro em São Paulo
Ingrid Betancourt durante evento de lançamento de seu livro em São Paulo
Foto: Daniel Favero / Redação Terra

A ex-senadora colombiana Ingrid Betancourt disse na noite de ontem, em São Paulo, durante evento de lançamento do seu livro Não há silêncio que não termine, que nos seis anos em que permaneceu em poder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), não viu ideologia política no grupo guerrilheiro.

"Não vi um grupo político, não vi interesse por política. Vi comandantes satisfeitos com seu poder e com sua fortuna", que, segundo ela, foi adquirida com o tráfico. A organização "usa ideologia para justificar os negócios", disse ao comentar sobre os recursos obtidos com o comércio de drogas para financiar as atividades nas selvas colombianas.

Ao comentar a orientação de extrema esquerda das Farc, que pregam a luta armada com fins políticos, a ex-senadora disse: "Tenho dúvidas se Che Guevara aceitaria traficar e sequestrar".

"Não se pode aceitar, em uma nação democrática, que o terrorismo seja visto como ideologia... existem pessoas que se acham superiores, importantes para o mundo e que acreditam que sabem o que é melhor para todos, mas na verdade, são terroristas. Atuam como terroristas, por isso, temos que chamá-los pelo seu nome", disse ao publico presente no auditório do Museu de Arte de São Paulo (MASP).

Ingrid e mais 14 reféns das Farc foram libertados em uma operação militar do Exército da Colômbia, no dia 2 de julho de 2008. Ela era candidata à presidência do país e que ficou mais de seis anos em poder do grupo armado. Ela escreveu o livro sobre os anos que ficou em cativeiro, que deve ganhar uma versão cinematográfica.

Ela disse ainda que não pretende voltar à política porque ainda não se sente com estabilidade emocional para isso. "Sinto que devo servir a Colômbia, escrevi o livro por isso, é uma forma de servir ao meu país".

Fonte: Redação Terra
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