Reino Unido discute segurança em aeroportos
O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, presidirá nesta segunda-feira uma reunião do grupo de planejamento de emergências, Cobra, para estudar a segurança nos aeroportos. O Governo discutirá a possibilidade de reforçar as medidas de segurança em torno do transporte de mercadorias depois que foi encontrada uma bomba em um avião com destino aos Estados Unidos no aeroporto de East Midlands (centro da Inglaterra).
A ministra do Interior, Theresa May, se comprometeu a revisar a segurança dos carregamentos após esse incidente, que fez disparar os alarmes em todo o mundo. Norman Shanks, ex-chefe de segurança da BAA, entidade que gerencia os aeroportos britânicos, assinalou que os controles que vinham sendo aplicados ao transporte de mercadorias eram muito menos exaustivos que os aplicados aos passageiros e suas bagagens nos aeroportos.
"Estamos pensando na possibilidade de introduzir sistemas de detecção de explosivos como os que são utilizados para a bagagem de porão" nos aviões de passageiros, disse Shanks, segundo a rede televisiva BBC.
Os encarregados da segurança no aeroporto de East Midlands não perceberam uma bomba em um avião de carga procedente do Iêmen e com destino aos EUA até um segundo registro. Na segunda revisão foi encontrado o artefato, que estava escondido no cartucho de tinta de uma impressora que tinha sido colocada no avião em Sana, capital do Iêmen.
A Associação de Pilotos de Companhias Aéreas Britânicas garante que há anos já alerta o Governo sobre a falta segurança nesse tipo de voos. Seu secretário-geral, Jim McAuslan, criticou, em declarações à imprensa, as medidas de controle, muitas vezes "redundantes", que são aplicadas aos passageiros e às próprias tripulações dos aviões, e disse que os poucos recursos estariam melhor empregados em controles dos aviões de carga.
Segundo as autoridades norte-americanas, a bomba descoberta no aeroporto de East Midlands, e uma segunda descoberta em Dubai, foram fabricadas pela mesma pessoa. O principal suspeito é um saudita chamado Ibrahim Hassan al-Asiri. Os pacotes estavam destinados a sendas sinagogas em Chicago (EUA).
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