PUBLICIDADE
URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul

Oriente Médio

WikiLeaks: vazamento mostra verdade sobre guerra no Iraque

23 out 2010 - 08h00
(atualizado às 16h27)
Compartilhar

O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, afirmou neste sábado que os cerca de 400 mil documentos secretos das forças americanas divulgados por seu site mostram a verdade sobre a guerra do Iraque, em uma coletiva de imprensa realizada em Londres.

Fundador do WikiLeaks, Julian Assange (dir) espera para falar durante coletiva em um hotel em Londres
Fundador do WikiLeaks, Julian Assange (dir) espera para falar durante coletiva em um hotel em Londres
Foto: AFP

Assange e outros quatro responsáveis realizam neste sábado uma coletiva de imprensa em um hotel de Londres. Apesar dos protestos dos Estados Unidos e da Otan, o WikiLeaks divulgou na sexta-feira à noite cerca de 400 mil documentos secretos do Exército americano sobre a guerra, que revelam mais de 300 casos de tortura de presos e mais de mil por coação por parte das forças iraquianas.

Segundo os documentos, desde a invasão americana no Iraque, em 2003, morreram mais de 100 mil iraquianos, dos quais cerca de 70 mil civis. Sefundo Assange, 15 mil mortos ainda são desconhecidos, o equivale a cinco vezes as vítimas do ataque terrorista de 11 de setembro contra as Torres Gêmeas de Nova York.

"Esta divulgação é sobre a verdade", disse Assange, que também é redator-chefe da página especializada em vazar documentos de inteligência. Ele afirmou ainda que espera "corrigir parte deste ataque à verdade que ocorreu antes da guerra, durante a guerra e que continuou desde que a mesma terminou oficialmente".

Na entrevista coletiva, realizada em um hotel londrino, participaram dirigentes de outras organizações americanas e britânicas, como o Center for Investigative Journalism, Public Interest Lawyers e a ONG Iraq Body Count.

Iraque não vê surpresas nos vazamentos

Na primeira declaração oficial após a publicação dos documentos, o ministério iraquiano de Direitos Humanos indicou que as publicações não contêm surpresas. "Os documentos não foram uma surpresa para nós, porque já havíamos mencionado vários dos fatos citados, incluindo o que ocorreu na prisão de Abu Ghraib, assim como em outros casos nos quais as forças americanas estão envolvidas", declarou à AFP o porta-voz do ministério de Direitos Humanos do Iraque, Kamel al Amim.

O porta-voz citou diversos exemplos conhecidos do envolvimento das forças americanas ou da ex-companhia de segurança privada dos EUA Blackwater nas mortes de civis. Ele não comentou sobre os abusos cometidos pelas forças iraquianas contra prisioneiros, os quais o Exército americano optou por encobrir, segundo informações do WikiLeaks

A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, condenou "nos termos mais claros" o vazamento de documentos que "coloquem em perigo a vida de americanos ou de seus aliados", ainda que não tenha entrado em detalhes sobre as revelações. Mais de 50 mil soldados americanos ainda se encontram no Iraque após o fim da missão de combate das tropas dos Estados Unidos, no fim do mês de agosto.

Site divulgará documentos sobre Afeganistão

O WikiLeaks anunciou neste sábado a próxima divulgação de mais documentos sobre o Afeganistão. Um dos dirigentes do portal, Kristinn Hrafnsson, afirmou que "o WikiLeaks utilizou apenas um de cada seis informes relativos ao Afeganistão. Os documentos virão à tona logo".

O site já havia divulgado, em julho, 77 mil documentos sobre a guerra. Os documentos revelavam detalhes sobre vítimas civis e supostos vínculos entre o Paquistão e os insurgentes talibãs.

Com agências internacionais.

Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade