Dissidente cubano Guillermo Fariñas ganha prêmio Sakharov 2010
O Parlamento Europeu concedeu nesta quinta-feira o Prêmio Sakharov ao dissidente cubano Guillermo Fariñas, que realizou uma greve de fome de mais de quatro meses para pressionar o governo pela libertação de dezenas de presos políticos.
O protesto de Fariñas, depois da morte de um preso político em greve de fome, em fevereiro, teve uma forte repercussão internacional.
Fariñas, um psicólogo, jornalista e ex-soldado de 48 anos, encerrou seu jejum de 135 dias em julho, depois que o presidente de Cuba, Raúl Castro, prometeu à Igreja Católica soltar cinquenta presos políticos.
Nas últimas duas décadas ele realizou mais de 20 greves de fome em defesa de várias causas, incluindo um protesto contra a censura à internet.
"Farinas esteve pronto para se sacrificar e arriscar a própria vida e saúde como meio de pressão para alcançar mudanças em Cuba, disse o presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, ao anunciar a premiação ao plenário.
O governo cubano considera dissidentes como Fariñas mercenários a serviço de seus inimigos nos Estados Unidos e na Europa.
O prêmio, de 50 mil euros, leva o nome do dissidente russo
Andrei Sakharov, que ganhou o Nobel da Paz, e foi entregue pela primeira vez em 1988.
O Parlamento Europeu já concedeu antes esse prêmio a dois dissidentes cubanos. Em 2005 foi para o grupo de parentes de presos políticos Damas de Branco e em 2002, para o dissidente Oswaldo Payá.