Piñera tenta seduzir empresários franceses com "milagre"
O presidente Sebastián Piñera tentou nesta quarta-feira, em Paris, seduzir os empresários franceses para que invistam no Chile, aproveitando a onda de simpatia gerada pelo espetacular resgate dos mineiros e destacando a forte recuperação econômica que vive seu país.
"Nossa missão é revitalizar o milagre chileno", resumiu Piñera em uma apresentação no auditório do sindicato patronal Medef, diante de empresários, diplomatas e representantes governamentais, em seu segundo dia de visita à França.
"O investimento estrangeiro é bem-vindo e, se for francês, duplamente bem-vindo", afirmou o presidente, que expôs o crescimento de 5,5% do PIB de seu país no decorrer de 2010, depois de uma contração de 1,5% no ano passado em função da crise.
Durante seu discurso, Piñera indicou que o Chile atravessa uma segunda transição, mais difícil do que a que levou da ditadura militar de Augusto Pinochet (1973-1990) à democracia, ou seja, de "um país subdesenvolvido a um país desenvolvido".
Também exibiu um vídeo com imagens do resgate dos mineiros na semana passada, o que fez o público presente explodir em aplausos.
A presidente do Medef, Laurence Parisot, indicou que o Chile desperta um interesse muito particular em nível empresarial e elogiou Piñera por sua "extrema modernidade" e "energia fora do comum".
O Chile é o sexto parceiro latino da França, atrás do Brasil, México, Colômbia, Panamá e Argentina, e o segundo fornecedor, atrás do Brasil, de acordo com cifras oficiais francesas.
Piñera também visitou a sede da Unesco e foi recebido pela diretora-geral da agência, Irina Bokova.
"A batalha pelo futuro, pelo desenvolvimento, a mãe de todas as batalhas nós vamos vencer nas aulas", afirmou ele ante o conselho executivo da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciências e Cultura (Unesco).
"Não há melhor investimento do que dar a nossos filhos uma educação melhor", afirmou ainda.
Piñera agradeceu o apoio que a Unesco deu ao Chile depois do terremoto e tsunami de fevereiro passado, que destruiu um terço das escolas do país.