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Europa

Crise de mineiros ilustra potencial do Chile, diz Piñera

18 out 2010 - 14h26
(atualizado às 14h40)
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O presidente chileno, Sebastián Piñera, disse nesta segunda-feira, em Londres, que o "compromisso" e a "unidade" demonstrados pelo Chile ao longo da crise dos mineiros ilustram o potencial do país sul-americano e seus atrativos para os investidores estrangeiros.

Resgate no Chile teria custado US$ 22 milhões:

No terceiro dia de sua visita de trabalho ao Reino Unido, o presidente se comprometeu também a integrar o Chile no grupo de nações que crescem mais rapidamente e melhorar a segurança da atividade mineradora no rastro do resgate bem sucedido dos 33 mineiros que ficaram presos durante 69 dias em uma mina no norte do país.

"Manter o nosso compromisso e a nossa fé, trabalharmos unidos e utilizarmos todos os recursos tecnológicos e humanos foi chave para o desenlace bem-sucedido", disse Piñera na abertura de um seminário sobre oportunidades de investimento no Chile, no terceiro dia de sua visita ao Reino Unido.

"Os mineiros e os chilenos não são os mesmos antes e depois deste acidente", que "começou com uma tragédia e terminou com uma verdadeira bênção", acrescentou.

"Agora, sabemos que unidos podemos conseguir todo o tipo de coisa", emendou.

Falando a investidores, Piñera, que viaja acompanhado do ministro da Economia, Juan Andrés Fontaine, lembrou que seu país enfrenta outros desafios, especialmente no campo da infraestrutura, após o terremoto que sacudiu o país em fevereiro, poucos dias antes de sua posse.

A reconstrução exigirá 8,5 bilhões de dólares em investimentos nos próximos quatro anos, druante os quais o Chile espera voltar também ao grupo dos países que crescem mais rapidamente com taxas anuais em torno de 6%.

Isto também permitirá tentar cumprir o objetivo, "ambicioso, mas possível" segundo ele, de erradicar a pobreza na próxima década.

Até agora pouco conhecido fora da América Latina, Piñero se tornou uma personalidade midiática, após o longo e bem-sucedido resgate dos mineiros e os meios de comunicação britânicos chegaram a qualificá-lo de "político mais popular do mundo".

Em entrevista à rede BBC, o presidente se comprometeu a ratificar o Convênio sobre Segurança e Saúde das minas da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

"O Chile ratificou todos os convênios da OIT e este é outro que vamos ratificar", declarou, em alusão ao convênio de 1995, que define as práticas de segurança nas minas e permite aos trabalhadores denunciar más decisões sem o medo de perder seus empregos.

Piñera insistiu, por outro lado, em que seu governo está mergulhado, ao mesmo tempo, em um esforço nacional para melhorar a segurança nas minas.

"Se quisermos nos tornar um país desenvolvido, precisaremos assumir padrões de primeiro mundo e vamos fazê-lo nos próximos 90 dias", acrescentou Piñera à emissora pública britânica.

Piñera será recebido esta tarde em Downing Street, sede do governo britânico, pelo premier David Cameron, conservador como ele e que também assumiu o cargo este ano, e posteriormente visitará a rainha Elizabeth II no Palácio de Buckingham.

Aos dois, assim como a outros dirigentes com os quais se reunirá durante seu giro europeu, entregará uma cópia da primeira mensagem que os mineiros fizeram chegar à superfície ("Estamos bem no refúgio os 33"), 17 dias depois do desmoronamento, e um pedaço de pedra trazida do fundo da mina San José.

O primeiro-ministro, por sua vez, retribuirá com 33 cervejas tipicamente inglesas, uma para cada um dos mineiros, que também foram convidados pelo clube de futebol Manchester United e um de seus patrocinadores para visitar o Reino Unido e assistir a uma partida em 2011.

O presidente, que viaja acompanhado da esposa, Cecilia Morel, fará um discurso na London School of Economics (LSE).

Na terça-feira, Piñera visitará o parque olímpico que abrigará a maior parte das instalações para os Jogos de Londres-2012, antes de viajar a Paris, onde se reunirá com o colega francês, Nicolas Sarkozy.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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