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América Latina

Achamos que seríamos resgatados em 3 dias, diz mineiro

17 out 2010 - 23h35
(atualizado às 23h54)
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O mineiro chileno Carlos Barrios, que ficou preso em uma jazida no Chile com outros 32, disse, em entrevista ao Fantástico, que ele e seus companheiros não se assustaram quando o desmoronamento aconteceu e que pensaram ser caminhões despejando terra. "Tentamos ir embora, mas tinha muita terra. Daí, fomos para a rampa e vimos que não tinha saída", afirmou. Segundo ele, em um primeiro momento, não houve pânico porque o grupo não tinha noção do tamanho do deslizamento que os havia soterrado. "Pensamos que seríamos regatados em três dias", afirmou.

Carlos Barrios foi o décimo terceiro a sair da jazida no Chile
Carlos Barrios foi o décimo terceiro a sair da jazida no Chile
Foto: AFP

Ainda segundo Barrios, eles procuraram economizar energia no refúgio da mina, enquanto esperavam ajuda. No início, quando ainda não haviam sido localizados, eles comiam uma vez por dia. Mas, com o passar do tempo, os alimentos foram acabando e eles só faziam uma refeição a cada 48 horas. "Tomávamos água para enganar a fome", disse o mineiro. Para o futuro, o chileno quer continuar trabalhando com mineração. Ele espera que o ocorrido sirva de exemplo para que haja valorização da profissão e que o Chile e outros países aumentem a fiscalização nas minas.

Desmoronamento
Em 5 de agosto, um desmoronamento na mina San José, em Copiapó, deixou 33 trabalhadores presos em uma galeria a quase 700 m de profundidade. Após 17 dias, as equipes de resgate conseguiram contato com o grupo e descobriram que estavam todos vivos por meio de um bilhete enviado à superfície. A partir daí, começou a operação para retirá-los da mina em segurança.

A escavação do duto que alcançou os mineiros durou 33 dias. O processo terminou no dia 9 de outubro, sábado, quando os martelos das perfuradoras chegaram até o abrigo onde eles estavam. Concluída esta etapa, as equipes de resgate decidiram revestir o duto - ainda que parcialmente - para aumentar a segurança antes de retirá-los. Este trabalho terminou no domingo pela manhã.

Depois de muitos testes, o esforço final de resgate teve início às 23h19 de terça-feira, 12 de outubro, quando a cápsula desceu pela primeira vez ao refúgio dos mineiros carregando o socorrista Manuel González - e durou menos de 24 horas. Os trabalhos terminaram às 21h55 da quarta-feira, dia 13. A missão durou pouco menos da metade do tempo estimado pelas autoridades, que era de 48 horas.

Os trabalhadores foram içados dentro da cápsula Fênix II, que tem 53 cm de diâmetro. Durante todo o percurso de subida, eles tinham suas condições de saúde monitoradas, usaram tubos de oxigênio e se comunicaram com as equipes da superfície por meio de microfones instalados nos capacetes.

Fonte: Redação Terra
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