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Mundo

Minerador chora ao receber bolsa de estudos para o filho

16 out 2010 - 17h52
(atualizado às 19h34)
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O minerador Jorge Galleguillos, um dos 33 resgatados de uma mina no norte do Chile nesta semana, chorou ao receber do ministro da Educação do país, Joaquín Lavín, neste sábado, uma bolsa de estudos para que seu filho possa realizar o ensino superior, algo que tinha pedido quando estava preso.

Em uma extensa carta, o mineiro de 56 anos tinha manifestado ao ministro sua preocupação com o destino do filho, pois "estando ele lá embaixo" não poderia ajudá-lo a continuar seus estudos universitários.

Lavín foi à casa do minerador, onde o comunicou da bolsa na Universidade de Atacama, que cobrirá 100% dos estudos do filho. "Foi uma reunião muito emocionante. Ele tinha me mandado uma carta na qual manifestava sua preocupação não só pelo fato de ter ficado preso na mina, mas por sua idade", disse Lavín em declarações à Televisão Nacional.

"Seu sonho era que seu filho chegasse a ser profissional, mas estava preocupado porque não ia poder pagar a universidade", afirmou. Perguntado pelos jornalistas sobre a bolsa de estudos que foi entregue pelo ministro, o minerador disse: "Foi um presente de Deus e, por favor, não me faça chorar".

Galleguillos afirmou que os mais de dois meses presos a 700 metros de profundidade foram "muito difíceis, mas estamos bem, estamos com vida".

O trabalhador sustentou que após o resgate "começa uma nova vida", mas que não se afastará da mineração. "O coração sempre sabe que é minerador", disse Galleguillos, que sofreu uma leve depressão nos primeiros dias de clausura.

Desmoronamento
Em 5 de agosto, um desmoronamento na mina San José, em Copiapó, deixou 33 trabalhadores presos em uma galeria a quase 700 m de profundidade. Após 17 dias, as equipes de resgate conseguiram contato com o grupo e descobriram que estavam todos vivos por meio de um bilhete enviado à superfície. A partir daí, começou a operação para retirá-los da mina em segurança.

A escavação do duto que alcançou os mineiros durou 33 dias. O processo terminou no dia 9 de outubro, sábado, quando os martelos das perfuradoras chegaram até o abrigo onde eles estavam. Concluída esta etapa, as equipes de resgate decidiram revestir o duto - ainda que parcialmente - para aumentar a segurança antes de retirá-los. Este trabalho terminou no domingo pela manhã.

Depois de muitos testes, o esforço final de resgate teve início às 23h19 de terça-feira, 12 de outubro, quando a cápsula desceu pela primeira vez ao refúgio dos mineiros carregando o socorrista Manuel González - e durou menos de 24 horas. Os trabalhos terminaram às 21h55 da quarta-feira, dia 13. A missão durou pouco menos da metade do tempo estimado pelas autoridades, que era de 48 horas.

Os trabalhadores foram içados dentro da cápsula Fênix II, que tem 53 cm de diâmetro. Durante todo o percurso de subida, eles tinham suas condições de saúde monitoradas, usaram tubos de oxigênio e se comunicaram com as equipes da superfície por meio de microfones instalados nos capacetes.

Jorge Galleguillos ficou preocupado com o futuro do filho enquanto estava preso
Jorge Galleguillos ficou preocupado com o futuro do filho enquanto estava preso
Foto: AP
EFE   
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