Candidato negro é aposta republicana contra Obama nos EUA
Um candidato negro é a esperança dos republicanos contra Obama no Congresso norte-americano, aponta o jornal britânico Telegraph. A poucos quilômetros de Fort Sumter, onde ocorreram os primeiros tiros da Guerra Civil, em 1861, Tim Scott contou que nasceu na pobreza e em um lar desfeito, trajetória muito parecida com a de Obama.
Candidato negro para o Congresso, Tim Scott conversou com estudantes em North Charleston. "Eu estava reprovado no ensino médio. Falhei em geografia, educação cívica, espanhol e Inglês. Quando você deixa espanhol e Inglês, você não é bilingue, é bi-ignorante."
Exceto por uma fatalidade, Scott será eleito para o Congresso em novembro. Lá, ele vai ser um adversário feroz de Obama, a quem ele dá uma fulminante reprovação para sua presidência.
"Suas intenções podem ser boas, mas ele (Obama) está nos levando para a beira da falência. Agora, o povo americano está simplesmente dizendo que já teve o suficiente".
Scott será o primeiro negro congressista republicano do extremo sul em mais de um século. Os republicanos esperam eleger pelo menos dois outros candidatos negros para o Congresso no próximo mês. Allen West, na Flórida, e Ryan Frazier, no Colorado.
Atualmente, existem 42 parlamentares negros no Congresso, todos democratas. Os republicanos não tiveram um congressista negro desde JC Watts, deposto em 2003. Ironicamente, a oposição à política do primeiro presidente negro em questões econômicas e sociais constitui um fator fundamental de motivação para esta nova onda de negros conservadores.
Timothy Johnson, co-fundador da Fundação Frederick Douglass, um grupo que ajuda a promover candidatos republicanos negros, disse que que Obama não foi avaliado adequadamente na eleição de 2008 por causa de sua raça.
"A eleição não foi tanto sobre o que Obama trouxe para a mesa", disse. "As pessoas votaram nele porque queriam se sentir bem consigo mesmas, que não eram racistas."
É de admirar que uma pesquisa recente constatou que apenas 36 % dos eleitores acreditam agora que as relações entre negros e brancos estão cada vez melhores, em comparação com 62 % registrado em julho do ano passado.
Por muito tempo, os republicanos cederam votos negros para os democratas por não recrutar candidatos como Scott para cadeiras do Congresso. Se ele for o único negro republicano no Capitólio em 2011, será muito marginalizado e tratado como uma curiosidade. Isso seria uma pena, porque ele tem algumas visões interessantes sobre a redução do déficit e da redução do governo.
Scott se diz cansado sempre que é perguntado sobre a raça. Ele quer ser julgado em seu caráter e política, e não pela cor da pele. Em Fort Dorchester, felizmente, nenhum perguntou a Scott sobre a raça ou por que um homem negro seria um republicano.