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Europa

Lista de favoritos ao Nobel da Paz tem Bono e Clinton; veja

7 out 2010 - 14h22
(atualizado às 14h52)
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Amanhã, em Oslo, na Noruega, será concedida a edição de 2010 do Nobel da Paz. O vencedor no ano passado foi o presidente americano Barack Obama, que encaminhou para doação o prêmio de US$ 1,4 milhão. O líder americano foi escolhido por seu idealismo e esforços para voltar a engajar a comunidade internacional - em uma decisão muito controversa.

Preso desde dezembro de 2009, o dissidente chinês Liu Xiaobo (esq.) é o favorito ao prêmio Nobel da Paz
Preso desde dezembro de 2009, o dissidente chinês Liu Xiaobo (esq.) é o favorito ao prêmio Nobel da Paz
Foto: AFP

Um recorde de 237 grupos e indivíduos foram nomeados para o prêmio deste ano. A revista Foreign Policy fez um apanhado dos favoritos, baseada nas previsões da casa de apostas irlandesa Paddy Power. Confira.

Bill Clinton

O ex-presidente americano tem uma fundação que tornou-se mundialmente conhecida por seus esforços em várias vertentes: a busca da cura da aids, as alterações climáticas, o desenvolvimento sustentável e a saúde pública. Ele também levantou fundos para as vítimas do tsunami asiático de 2004, do furacão Katrina e do terremoto no Haiti. Mas um prêmio para Clinton no ano seguinte à premiação de Obama não parece consistente com os objetivos do comitê do Prêmio Nobel da Paz de distribuir a riqueza.

Sima Samar

A ativista foi nomeada por defender os direitos das mulheres afegãs. Samar tornou-se reconhecida por sua atuação como presidente da Comissão de Independente dos Direitos Humanos do Afeganistão e como relatora especial da ONU para os direitos humanos no Sudão. Samar está fortemente envolvida na reconstrução de seu país em face da oposição generalizada - e ameaças de morte - de conservadores religiosos por questionar o dogma conservador e apoiar os direitos das mulheres.

Svetlana Gannushkina

A matemática por formação tem trabalhado para apoiar os direitos humanos para uma ampla variedade de migrantes na Rússia, incluindo trabalhadores estrangeiros, civis chechenos e madeireiros da Coreia do Norte que vivem no extremo leste do país. Seu trabalho premiado de contabilidade dos crimes cometidos durante o passado na Rússia soviética, no Memorial dos Direitos Humanos, não foi bem aceito pelos nacionalistas russos: colegas de trabalho de Gannushkina foram assassinados e ela mesma foi ameaçada de morte.

Tribunal especial para Serra Leoa

Este tribunal foi criado em 2002 para abordar a violência generalizada e os crimes contra a humanidade que ocorreram durante a terrível guerra civil de Serra Leoa, que durou de 1991 a 2002 e matou um número estimado de 200 mil pessoas. A corte faz um híbrido entre o direito de Serra Leoa e as leis internacionais e já prendeu diversos criminosos de guerra, responsáveis por formas grotescas de tortura e estupros.

A internet

A internet está indicada por conectar as massas. A revista italiana Wired está apoiando a indicação da internet por seu papel de permitir que cidadãos iranianos difundissem informações sobre a disputada eleição presidencial do Irã em 2009 e pela difusão do livre fluxo de informações entre os grupos de oposição e as populações oprimidas. Mas quem receberia o prêmio caso ela ganhasse? Talvez Tim Berners-Lee, Vinton Cerf e Larry Roberts, o trio amplamente reconhecido como seus criadores.

Morgan Tsvangirai

O atual primeiro-ministro do Zimbábue é conhecido por liderar a oposição ao ditador africano e atual presidente, Robert Mugabe, no poder há mais de 30 anos. Tsvangirai e o seu partido, o Movimento para a Mudança Democrática, têm ajudado milhões de zimbabweanos marginalizados e empobrecidos que sofrem com o resultado da liderança de Mugabe - o país africano tem sido assolado com assombrosos níveis de inflação e com a indústria e a agricultura que praticamente deixaram de existir após a reforma agrária da última década. Como primeiro ministro, Mugabe manteve o controle sobre as forças de segurança repressivas do país e as desastrosas situações econômica e dos direitos humanos melhoraram drasticamente.

Mary Robinson

A primeira presidente mulher da Irlanda renunciou ao cargo para se tornar alta comissária da ONU sobre direitos humanos em 1997 e está indicada ao Nobel pela longa carreira de reconciliação diplomática. Sua atuação inclui a defesa dos direitos dos homossexuais, as questões das mulheres e os direitos humanos. Esteve envolvida na conferência anti-racismo de 2001, em Durban, na África, que condenou Israel e o sionismo como racistas. Desde que deixou o posto de alta comissária, tem servido como presidente de honra da Oxfam Internacional e presidente do Conselho de Mulheres Líderes Mundiais.

União Europeia

Indicada por trazer a paz e a prosperidade a um continente. A União Europeia enfrenta uma crise financeira, que mostra sua inabilidade de agir como corpo uniforme em momentos de crise, além da dificuldade em aprovar legislação e fazer acordos sobre questões constitucionais. Mas o continente está em paz, e o comitê do Prêmio Nobel da Paz pode estar inclinado a oferecer seu apoio a esta união de países que reúne mais de meio bilhão de pessoas nestes tempos difíceis.

Bono

O roqueiro irlandês e filatropo trabalha pela diminuição da dívida africana e pela prevenção da aids no continente. Sua aparição no Fórum Econômico Mundial em Davos também foi notícia. No entanto, sua caridade foi posta à prova recentemente por uso indevido de fundos.

Liu Xiaobo

O chinês é favorito ao prêmio e está indicado pela defesa da democracia e dos direitos humanos na China. O crítico literário está atualmente preso por seu ativismo político, mas possui apoio internacional para a conquista do Nobel. Liu tem sido um crítico ferrenho do Partido Comunista da China há muitos anos e alcançou fama internacional como autor do princípio da Carta 08, um manifesto de apoio aos direitos humanos e às reformas democráticas na China que recebeu milhares de assinaturas. Liu foi imediatamente preso após a publicação do manifesto.

O Congresso dos EUA tem apoiado a libertação de Liu, e uma carta aberta de pesquisadores internacionais e ativistas dos direitos humanos certamente chamou a atenção para sua prisão, mas não conseguiu convencer os chineses que o prenderam. A China se posicionou abertamente contra Liu e teria pressionado o comitê do Nobel, defendendo que a nomeação poderia comprometer o comércio e as relações entre a China e a Noruega.

Fonte: Redação Terra
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