Vazamento de resíduos tóxicos na Hungria ameaça contaminar o ar
6 out2010 - 12h30
(atualizado às 17h08)
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O "barro vermelho" que inundou 40 km do sudoeste da Hungria com metais pesados altamente poluentes pode representar um grave risco para a saúde humana se forem inalados os restos de pó que ficarem ao fim do processo de secagem, advertiu nets quarta-feira a organização ambientalista Greenpeace.
O vazamento, provocado pela ruptura na última segunda-feira de um dique da empresa MAL Zrt, fabricante de alumínio, já causou quatro mortes e deixou seis pessoas desaparecidas.
A substância lodosa contém grandes quantidades de silício, ferro, chumbo e outros metais. Enquanto as autoridades atuam para evitar que os resíduos tóxicos cheguem ao curso do rio Danúbio, nas localidades afetadas o objetivo atual é retirar o barro o mais rápido possível, já que, quando este secar, pode ser formado pó cancerígeno.
O presidente do escritório local do Greenpeace, Zsolt Szegfalvi, explicou à Agência EFE que "quando o barro secar, os ventos poderão levantar o pó, o que poderá causar problemas de saúde para os habitantes".
Os trabalhadores que atuam nas tarefas de limpeza estão protegidos com máscaras, embora a chuva que caiu na região após o acidente tenha diminuído o risco para a saúde.
As autoridades já advertiram que será preciso remover a terra atingida, coberta por uma camada de dois centímetros de espessura de lama tóxica, e que esta zona agrícola não poderá ser cultivada por pelo menos um ano.
Enquanto isso, foi registrado PH superior a 13 na água no rio Marcal, o que indica um alto grau de alcalinidade.
O responsável da WWF-Adena na Hungria, Gabor Figeczky, indicou à EFE que "morreu toda a forma de vida" no curso superior deste rio.
"O ar também está envenenado. É irritante ao respirar", afirmou Figeczky, que se deslocou à região do desastre.
O governo destacou 500 pessoas para as tarefas de limpeza e construção de diques que impeçam que o vazamento se estenda a outros rios e chegue inclusive ao Danúbio, a cerca de 100 km do lugar do acidente.
Hungria - 5h39 - Tunde Erdelyi salva seu gato enquanto Janos Kis entra em seu quintal invadido por lama tóxica na cidade de Devecser, Hungria, nesta terça-feira. As inundações dessa segunda-feira causaram o rompimento de um reservatório de lama vermelha em uma usina de alumina, na Hungria Ocidental, o que afetou sete cidades próximas à usina Timfoldgyar Ajkai, na cidade de Ajka, 160 km a sudoeste de Budapeste
Foto: AP
O governo da Hungria decretou estado de alerta em três Departamentos da região atingida
Foto: AP
A lama vermelha é um resíduo tóxico da produção do alumínio, muito corrosivo e que contém chumbo
Foto: AP
Este é o acidente químico mais grave da história da Hungria, segundo o ministério do Meio Ambiente
Foto: AP
A produção de uma tonelada de alumínio gera quase três toneladas de lama vermelha
Foto: AP
Ainda não há informações sobre as razões do rompimento do depósito de uma fábrica de alumínio
Foto: AP
Policial anda em meio à lama, em frente a carros que foram empilhados pela inundação, em Devecser
Foto: AP
Bombeiros limpam um jardim coberto por lama tóxica, em Devecser
Foto: AP
Soldados chegam à cidade de Kolontar, a oeste de Budapeste, para trabalhar nos resgates
Foto: Reuters
Imagem aérea mostra casas inundadas pela lama vermelha que invadiu a cidade húngara de Devecser
Foto: AP
Morador é refletido no alagamento provocado pela inundação de lama
Foto: AP
Barragem da empresa de alumínio se rompeu e provocou o vazamento da lama tóxica
Foto: EFE
Bombeiro limpa o lodo tóxico acumulado na rua em frente a uma casa, em Devecser, a 164 km de Budapeste
Foto: AP
Moradores trabalham como voluntários limpando ruas cobertas por lama tóxica, no vilarejo de Kolontar
Foto: AP
Voluntários vestem roupas especiais e máscaras antes de começar a limpeza, no vilarejo de Kolontar
Foto: AP
Bombeiros lavam gesso industrial para dentro do rio Marcal para coagular a água tóxica, em Morichida
Foto: AFP
Escavadeira derrama fosfogesso para reduzir a alcalinidade no Rio Marcal, na ponte de Szente
Foto: AFP
Homens procuram peixes mortos para recolhê-los do rio Marcal, próximo à cidade de Gyor
Foto: AFP
Novo alerta na manhã deste domingo deixou população com medo novamente
Foto: AP
Segundo informações oficiais, psicólogos tratam população traumatizada com acidente
Foto: AP
Ministro do Meio Ambiente espera que muros danificados desmoronem
Foto: Reuters
Por sei mais espessa, analistas esperam que essa lama não tenha o mesmo alcance da primeira avalanche
Foto: Reuters
Máquinas constroem um novo dique para conter a lama tóxica da fábrica de alumínio, em Kolontar
Foto: Reuters
Imagem aérea mostra o muro do dique rachado e danificado após o vazamento, perto de Ajka
Foto: AP
Voluntários com máscaras de proteção andam pelas ruas em um trator durante a limpeza, em Devecser
Foto: AP
Soldados vestindo roupas especiais lavam uns aos outros após limparem ruas da cidade de Devecser
Foto: AP
Parte do muro que contia a lama no dique se rompeu e foi destruída, próximo à cidade húngara de Ajka