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América Latina

Governo do Chile negociará com mapuches para resolver conflito

17 set 2010 - 20h52
(atualizado às 21h32)
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O presidente chileno, Sebastián Piñera, anunciou nesta sexta-feira que o Governo vai negociar com representantes das comunidades mapuches, como demandam os presos em greve de fome há 67 dias.

Na véspera do bicentenário do Chile e na presença de seus quatro antecessores, Piñera escolheu um ato de grande solenidade para fazer o anúncio: no hasteamento de uma gigantesca bandeira nacional contra o Palácio de La Moneda.

A negociação começará na próxima semana, após as festas do bicentenário, com a participação de dois ministros, delegados das comunidades mapuches e representantes de organizações sociais e religiosas.

"Temos uma dívida com nossos povos originários e, particularmente, com o povo mapuche", manifestou Piñera após anunciar um programa econômico e social denominado Plano Araucanía cujo objetivo é "melhorar a qualidade de vida e as oportunidades de desenvolvimento" dos indígenas.

O conflito remonta o fim do século 19, quando após a chamada pacificação da Araucanía os mapuches perderam 95% de suas terras.

Desde então as comunidades reivindicam as terras de seus ancestrais, hoje em mãos de latifundiários e empresas madeireiras.

Algumas, as mais radicais, protagonizaram ações violentas contra a propriedade privada e enfrentaram à Polícia.

Para aplacar os distúrbios na Araucanía, onde vive a maior parte dos 500 mil mapuches chilenos, os sucessivos Governos desde o restabelecimento da democracia, em 1990, aplicaram a lei antiterrorista e o código de justiça militar, com figuras como a dos "testemunhos protegidos".

Em virtude desta legislação, os acusados podem permanecer até dois anos em prisão preventiva sem que seus advogados tenham acesso aos depoimentos dos processos.

Isto motivou que 32 presos mapuches iniciassem em 12 de julho uma greve de fome que o Governo de Sebastián Piñera considera "ilegítima".

EFE   
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