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América Latina

Dissidentes cubanos serão libertados e transferidos à Espanha

17 set 2010 - 14h22
(atualizado às 15h06)
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Quatro presos políticos cubanos serão libertados e transferidos para a Espanha, informou nesta sexta-feira em nota o Arcebispado de Havana, que negociou essas libertações com o Governo cubano.

Nelson Molinet Espino, Héctor Raúl Valle Hernández, Miguel Galván Gutiérrez e José Miguel Martínez Hernández deixarão Cuba junto com seus familiares em data ainda não divulgada.

Molinet era sindicalista e estava condenado a 20 anos de prisão. Valle Hernández, membro da Confederação de Trabalhadores Democráticos de Cuba, pagava pena de 12 anos. Já Martínez Hernández, que coordenava uma biblioteca independente, tinha sido sentenciado a 13 anos, e Galván, que dirigia uma agência de imprensa independente, sofria a condenação mais dura, 26 anos.

Com eles, já chega a 36 o número de presos que aceitaram ser enviados à Espanha segundo os termos negociados entre o Governo cubano e a Igreja Católica, em processo que contou com a colaboração do Executivo espanhol.

Os presos políticos pertencem ao coletivo de 52 pessoas detidas em 2003 em uma onda repressiva contra a dissidência, a chamada "primavera negra".

Após as libertações, restarão 16 cubanos presos. A maioria deles não aceitou a viagem para a Espanha, seja porque preferem ir aos Estados Unidos, onde moram suas famílias, ou porque querem permanecer em Cuba.

No entanto, há alguns, como Nelson Molinet, que apesar de terem se negado a entrar no grupo de libertados, acabaram aceitando as condições propostas.

A mãe de Molinet, Caridad Espino, disse à Agência Efe que a família ainda pretende imigrar para os Estados Unidos e que só aceitou ir à Espanha depois que o Escritório de Interesses americano em Cuba negou visto a todos os parentes. De lá, os Molinet pretendem tentar novamente autorização para ingressar nos EUA.

Segundo os observadores, os dissidentes que não concordaram com os termos negociados entre o Governo e a Igreja também serão libertados, mas ainda não há confirmação oficial.

EFE   
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