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Mundo

Papa pede liberdade religiosa e de culto "sem perseguições"

17 set 2010 - 12h38
(atualizado às 13h17)
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O papa Bento XVI pediu nesta sexta-feira em Londres, perante representantes de outras crenças, "liberdade" para que todas as pessoas possam praticar a própria religião e participar de atos públicos de culto "sem perseguições".

infográfico papa visita reino unido info
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Foto: Reuters

Em seu segundo dia de visita à Grã-Bretanha, o papa se reuniu com 200 líderes das principais religiões presentes no país (cristianismo, judaísmo, islamismo, hinduísmo e siquismo), aos quais pediu reciprocidade no diálogo inter-religioso.

A reunião aconteceu na Universidade St. Mary''s de Londres, onde o papa lembrou que desde o Concílio Vaticano II a Igreja deu grande importância ao diálogo ecumênico e à colaboração entre as diversas religiões.

Para que esse diálogo seja fértil, segundo Bento XVI, é necessário que haja reciprocidade entre os que dialogam e os seguidores das outras religiões.

"Penso na situação de algumas partes do mundo onde a colaboração e o diálogo inter-religioso necessitam de respeito recíproco, de liberdade para poder praticar a própria religião e participar de atos públicos de culto, assim como da liberdade de seguir a própria consciência sem sofrer perseguição, inclusive depois da conversão de uma religião a outra", ressaltou o Sumo Pontífice.

De acordo com o papa, com o estabelecimento do respeito e da tolerância, fiéis de todas as religiões trabalharão juntos de maneira efetiva pela paz e pelo entendimento mútuo. Bento XVI acrescentou que esse diálogo é essencial para promover o desenvolvimento humano integral, trabalhar pela paz, justiça e melhor utilização da natureza.

Segundo o Pontífice, também pode ser incluída a busca conjunta por maneiras de defender a vida humana em todos seus períodos, desde o momento da concepção até a morte natural, e também a forma de assegurar que a religião não seja excluída da vida social de indivíduos e comunidades.

Bento XVI, que apresentava aspecto cansado após a jornada de ontem nas cidades escocesas de Edimburgo e Glasgow e a agitada agenda prevista para hoje, assegurou que a busca do sagrado não desvaloriza outros campos da investigação humana, "mas, ao contrário, os situa em um contexto que acrescenta sua importância como meios do exercício responsável do nosso domínio sobre a criação".

O papa aproveitou a ocasião para reiterar o compromisso da Igreja Católica com a potencialização do diálogo inter-religioso, "construir pontes de amizade com outras religiões, sanar os erros do passado e promover a confiança entre indivíduos e comunidades".

Está prevista para hoje uma reunião do papa com o arcebispo de Canterbury e líder da Igreja Anglicana, Rowan Williams. O Pontífice participará ainda de uma cerimônia ecumênica na Abadia de Westminster, além de pronunciar discurso ao mundo político, acadêmico e corpo diplomático em Westminster Hall.

Durante o ato com líderes das outras religiões, foi divulgado que cinco homens foram detidos hoje na região central de Londres por terem relação com uma possível ameaça terrorista contra o papa. Fontes policiais informaram à imprensa local que a programação da visita de Bento XVI foi mantida, assim como as fortes medidas de segurança por ocasião da viagem.

EFE   
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