Sérvia tem novas pistas sobre ex-líder foragido há 15 anos
As autoridades sérvias encontraram e-mails que serão usados como novas pistas para ajudar a localizar o suposto criminoso de guerra Ratko Mladic, foragido há 15 anos.
Segundo informou nesta terça-feira o jornal Blic, as mensagens foram localizadas no computador de um antigo guarda-costas de Mladic, que foi chefe das forças militares servo-bósnias durante a guerra da Bósnia (1992-1995).
O jornal cita "fontes da investigação" ao indicar que o computador foi expropriado na sexta-feira passada durante ação policial no apartamento de Branislav Puhalo, ex-chefe de segurança de Mladic, em Belgrado.
"Esperamos que isso possa ajudar a encontrar Mladic", declararam as fontes ao jornal. A batida na casa de Puhalo fez parte de uma operação que aconteceu em diferentes empresas e domicílios de supostos colaboradores e alguns familiares de Mladic.
"(A busca de Mladic) é a tarefa número um, e vamos completá-la. Trabalhamos 24 horas por dia para cumprir nosso compromisso internacional e não vamos parar até conseguir", declarou o fiscal sérvio de crimes de guerra, Vladimir Vukcevic.
Nos últimos anos, a polícia sérvia vasculhou em várias ocasiões a casa do militar em Belgrado, em busca de informações e pistas que possam dirigir a seu paradeiro.
Em junho, a família de Mladic pediu que ele fosse declarado morto, após sete anos sem informações, mas as autoridades disseram que essa solicitação, ainda não concedida, não afetará a busca do acusado.
Mladic é acusado pelo Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII) de genocídio em relação ao massacre de cerca de oito mil homens muçulmanos da localidade bósnia de Srebrenica. Além disso, é responsabilizado por crimes durante o ataque a Sarajevo e em geral durante o conflito.
Sua captura e entrega à Justiça é uma condição essencial para prosseguimento do processo de entrada da Sérvia na União Europeia (UE). O TPII reivindica que a Sérvia também entregue Goran Hadzic, antigo líder sérvio da Croácia. Mladic e Hadzic são os únicos acusados pelo TPII que seguem em liberdade.