PUBLICIDADE

Estados Unidos

Veja as homenagens anuais às vítimas do 11 de setembro

11 set 2010 - 08h02
(atualizado às 08h12)
Compartilhar

No dia 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos sofreram o pior ataque terrorista de sua história. Desde então, as cerca de três mil vítimas que morreram nos atentados foram lembradas anualmente, em cerimônias pontuadas pelo luto e comoção mundial. Nove anos após a tragédia, o monumento em homenagem aos mortos ainda está em construção em Nova York. Em meio a polêmicas, o Marco Zero deve ficar pronto para o aniversário de 10 anos dos ataques, em 11 de setembro de 2011.

No segundo aniversário dos ataques, em 2003, luzes simbolizam as Torres Gêmeas à noite, em Nova York
No segundo aniversário dos ataques, em 2003, luzes simbolizam as Torres Gêmeas à noite, em Nova York
Foto: AFP

11 de setembro de 2002

O mundo parou para lembrar o primeiro aniversário dos atentados terroristas, em cerimônias cercadas pelo medo de novos ataques. Em Nova York, o Marco Zero recebeu milhares de pessoas, entre parentes dos mortos e autoridades - como o então presidente, George W. Bush. Gaitas de fole foram tocadas e silenciaram às 8h46 (9h46 de Brasília), momento em que o primeiro avião atingiu a torre norte do World Trade Center. O ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani começou a leitura dos nomes de cada uma das 2.801 vítimas do World Trade Center. A leitura foi interrompida com as badaladas dos sinos às 9h03 (10h03 de Brasília), momento em que o segundo avião atingiu a torre sul.

Menos de uma hora depois, começaram as cerimônias no Pentágono, onde 189 pessoas morreram. Outro ato solene aconteceu em Shanksville, no oeste da Pensilvânia, onde um sino soou 40 vezes, para cada uma das vítimas mortas, que teriam lutado contra os seqüestradores pelo controle do avião.

Embaixadas americanas em vários pontos do planeta realizaram homenagens, ao mesmo tempo em que alertas de segurança fechavam outras delas. Bolsas de valores fizeram minutos de silêncio ou abriram mais tarde como homenagem. Ao todo, 15 mil músicos de todo o mundo tocaram o Requiem de Mozart para marcar o momento em que o primeiro avião atingiu o World Trade Center, começando por um coro na Nova Zelândia e no Pólo Sul. O papa João Paulo II dedicou toda a semana a audiências para lembrar o aniversário do ataque, qualificando o terrorismo como uma "desumanidade feroz".

11 de setembro de 2003

No aniversário de dois anos, as homenagens ainda ocorreram sob o medo de novos ataques. O governo dos EUA emitiu um comunicado para que os cidadãos americanos que estivessem fora do país tomassem cuidado especial, pois a Al-Qaeda estaria planejando uma ação ainda mais mortal do que em 2001, possivelmente com agentes químicos ou biológicos.

Em Nova York, tambores abriram oficialmente os atos em memória das vítimas dos atentados. No Marco Zero, oficiais do corpo de polícia caminharam com uma bandeira dos Estados Unidos que, antes dos atentados, tremulava no local. Às 8h46 no horário local (9h46 de Brasília), os presentes guardaram o primeiro de quatro minutos de silêncio. A partir das 19h (20h de Brasília), dois potentes fachos de luz foram acesos para simbolizar por uma noite a presença das Torres Gêmeas. Em Washington, uma missa foi celebrada em homenagem às mais de 200 vítimas do terceiro avião que atingiu o Pentágono. O então presidente, George W. Bush, sua mulher, Laura Bush, o vice-presidente da época, Dick Cheney, e a mulher, Lynne Cheney, assistiram à cerimônia.

Outros países também realizaram homenagens em memória dos mortos dois anos antes. Na Austrália, o grupo ambientalista Planet Ark plantou 3 mil árvores em um parque de Sydney, uma referência ao número de vítimas. Em Tóquio, budistas vestidos com mantos amarelos lideraram um grupo de 20 pessoas que rezaram pela paz na frente da embaixada dos EUA e protestaram contra a guerra no Iraque.

11 de setembro de 2004

O governo americano lembrou o terceiro aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001 com um discurso repleto de carga política - devido à proximidade das eleições presidenciais, que ocorreriam em novembro - e com uma cerimônia simples no Marco Zero, em Nova York. O então presidente George W. Bush fez, na homenagem, seu discurso de rádio aos sábados, em que lembrou que os EUA deveriam seguir adiante na luta contra o terrorismo se quisessem evitar novos atentados.

No local onde ficavam as Torres Gêmeas, as homenagens ocorreram sem longos discursos, nem grandes deslocamentos de efetivos policiais. Lentamente, parentes leram os nomes das vítimas dos atentados, e a cidade fez quatro minutos de silêncio durante os quais os sinos das igrejas da cidade foram tocados. A cerimônia de 2004 marcou a última oportunidade que familiares tiveram de visitar a cavidade onde estavam os alicerces das torres. O projeto de construção de um novo complexo de edifícios e um monumento provocou polêmica entre os parentes dos mortos em 2001, que consideravam o local das bases das construções como um "terreno sagrado". Até então, uma fonte com água recebia flores e objetos de familiares.

11 de setembro de 2005

No quarto aniversário dos atentados, a prática de leitura dos nomes das vítimas do atentado se repetiu no Marco Zero, em Nova York - mas, desta vez, foram os irmãos e irmãs das vítimas que fizeram as homenagens. Nos anos anteriores, a homenagem havia sido feita pelos cônjuges, os filhos e os pais das vítimas, respectivamente.

Em 2005, uma pesquisa indicou que os nova-iorquinos queriam que se falasse menos e se fizesse mais para reconstruir o local onde ficavam as Torres Gêmeas. De acordo com o estudo, dois em cada três moradores da cidade estavam preocupados com a possibilidade de que ocorressem novos ataques, e julgavam que a cidade não estava preparada para se proteger do terrorismo.

11 de setembro de 2006

Cinco anos após os ataques, os EUA tiveram um dia tenso em meio às homenagens de 11 de setembro de 2006. Em meio ao badalar dos sinos e de oferendas de flores, as autoridades policiais e o exército estavam sob alerta máximo. O país registrou alarmes falsos de bombas, além de um ataque a tropas americanas no Iraque. Autoridades em todo o país permaneceram em alerta máximo durante todo o dia. Os EUA temiam um novo ataque terrorista da Al-Qaeda.

Um voo da United Airlines que ia de Atlanta para San Francisco foi desviado para Dallas porque um computador de mão "sem dono" escorregou da primeira classe para a econômica. Antes da decolagem, uma mochila, também sem identificação do proprietário, foi retirada do avião. A rodoviária Penn, em Nova York, chegou a ser brevemente esvaziada por causa de um pacote suspeito. A imprensa disse que se tratava apenas de um saco com lixo. Em Los Angeles, um prédio da empresa AT&T foi esvaziado e uma pessoa foi hospitalizada ao ser intoxicada por fumaça, supostamente advinda de um problema elétrico. Outro pacote suspeito, em uma locadora de automóveis em Long Beach, na Califórnia, perto de Los Angeles, fez com que o aeroporto da cidade fosse fechado aos carros, segundo a CNN.

11 de setembro de 2007

As homenagens pelo sexto ano dos atentados foram marcadas pela divulgação de um vídeo da Al-Qaeda. No dia 11 de setembro de 2007, o líder da rede terrorista, Osama bin Laden, saudou um dos sequestradores envolvido nos atentados como um homem raro e magnífico. Na semana anterior, a Al-Qaeda também havia feito circular uma gravação em que Bin Laden convocava os americanos a converterem-se ao islamismo a fim de evitar a guerra.

Choveu durante a melancólica cerimônia no Marco Zero, onde os nomes dos mortos seis anos antes foram lidos durante quatro horas. Houve rituais de homenagem em Washington e em Shanksville, na Pensilvânia. O 11 de setembro de 2007 caiu em uma terça-feira novamente pela primeira vez desde 2001.

11 de setembro de 2008

O sétimo aniversário dos atentados foi marcado pela inauguração de um memorial no Pentágono, em Washington. A construção, um pequeno muro que se eleva de acordo com as idades das pessoas mortas, homenageia as 184 vítimas que morreram quando o voo 77 da American Airlines foi jogado no Pentágono. O muro começa com uma altura de três polegadas, que era a idade da vítima mais nova dos ataques, Dana Falkenberg, e termina com 71 polegadas, idade da mais velha, o capitão aposentado John D. Yamnicky Sr.

Em Nova York, parentes dos mortos nas Torres Gêmeas puderam descer até o local em que ficavam as construções pela primeira vez desde 2004. A leitura dos nomes das vítimas foi interrompida para que fossem marcados os horários nos quais o segundo avião atingiu a torre sul, às 9h03 (10h03 de Brasília), e quando as construções desabaram, às 9h59 e 10h29 locais. Os então candidatos à presidência, Barack Obama e John McCain, respeitaram a trégua na campanha e fizeram juntos um tributo silencioso.

11 de setembro de 2009

Oito anos depois dos ataques terroristas, as homenagens às vítimas em Washington foram marcadas por um susto. Houve boatos de que a Guarda Costeira, que realizava um exercício de treinamento, havia se envolvido em um tiroteio. Enquanto isso, o presidente Barack Obama conduziu as cerimônias.

Em Nova York, milhares de pessoas se reuniram na praça próxima ao Marco Zero - que, oito anos depois, ainda estava com a construção atrasada devido a disputas políticas, financeiras e legais. Segundo afirmou em 2009 o presidente da organização responsável pelo projeto, Joe Daniels, o Memorial de 11 de Setembro será inaugurado em setembro de 2011, no aniversário de 10 anos do ataque terrorista.

Já em 2010, um projeto de construção de um centro islâmico próximo ao Marco Zero gerou polêmica entre os moradores de Nova York. Em maio, o projeto recebeu o apoio do Conselho Municipal da cidade, mas pesquisas apontaram que a população não quer a mesquita perto do local onde ficavam as Torres Gêmeas.

Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade