PUBLICIDADE

Oriente Médio

Iraque: 7 anos de guerra deixam mais de 100 mil civis mortos

4 set 2010 - 14h35
Compartilhar

Após cerca de sete anos e com saldo de mais de 100 mil civis mortos, os Estados Unidos encerraram no dia 31 de agosto as operações de combate no Iraque. Os anos de 2006 e 2007 foram os mais violentos no país, segundo cálculos da ONG britânica Iraq Body Count. Em 2006, 27.768 civis perderam a vida no Iraque e, em 2007, 24.599. O período só é comparado à fase de invasão do país, entre março e abril de 2003, quando em apenas seis semanas cerca de 7,4 mil civis foram mortos.

Civis iraquianos enfrentam atentado no primeiro ano da invasão americana ao país
Civis iraquianos enfrentam atentado no primeiro ano da invasão americana ao país
Foto: AP

2003

No primeiro ano da invasão, mais de 12 mil civis perderam a vida no Iraque. Naquele ano, o governo de Saddam Hussein foi deposto e o até então governante considerado um fugitivo. Ele foi encontrado em dezembro do mesmo ano, escondido em um buraco perto de Tikrit. Dois de seus filhos também foram capturados e mortos. Em um dos atentados que mais repercutiram internacionalmente, em 19 de agosto, contra o quartel-general das Nações Unidas, morreram o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, chefe da missão da ONU no Iraque, e outras 21 pessoas. O ataque foi atribuído à Al-Qaeda.

2004

No ano seguinte, o número de civis mortos caiu ligeiramente, ficando em torno de 10,7 mil. O acontecimento que mais repercutiu foi a divulgação de fotos de soldados americanos torturando detentos na prisão iraquiana de Abu Ghraib. Rebeldes "vingaram" as torturas decapitando um civil americano. Além disso, uma série de atentados matou inúmeros representantes do país.

2005

Em 2005, quase 15 mil civis foram mortos. Apesar da violência crescente, o Iraque passou por uma experiência positiva ao realizar as primeiras eleições em 50 anos. A iniciativa foi considerada um sucesso e uma assembleia de transição foi eleita. Jalal Talabani foi escolhido presidente interino pelo Parlamento e assumiu em abril. Poucos meses depois, os iraquianos voltaram às urnas para referendar a Constituição. O ano foi marcado também pelo maior número de mortos em uma só ocasião desde a invasão americana. Um tumulto provocado por rumores de que havia homens-bomba no meio de uma multidão que se dirigia a uma cerimônia xiita deixou quase mil mortos. As vítimas morreram pisoteadas ou caíram no rio Tigre, sobre o qual ficava a ponte em que estavam no momento do tumulto.

2006

O ano mais violento no Iraque terminou com mais de 27,7 mil civis mortos. Um atentado em fevereiro contra a mesquita de Samarra, sagrada para os muçulmanos xiitas, provocou uma onda de retaliações contra os sunitas e elevou a tensão no país. O clima foi considerado de guerra civil. O líder da Al-Qaeda no país, Abu Musab al-Zarqawi, foi morto em um ataque americano. Talabani foi reeleito e convidou o xiita Nouri al-Maliki para formar o novo governo. No dia 30 de dezembro, o ex-ditador Saddam Hussein foi enforcado.

2007

No ano seguinte, o número de civis mortos caiu muito pouco, ficando em torno de 24,5 mil. Logo no começo de janeiro, o presidente dos EUA, George W. Bush, anunciou o aumento no número de soldados americanos no Iraque. Ali, o Químico, primo de Saddam, foi condenado à morte pelo massacre de 182 mil curdos em 1988. A maior concentração de vítimas foi deixada por uma série de atentados no norte do país, em agosto, que deixou mais de 400 mortos. Em setembro, Bush fez uma visita surpresa ao Iraque e, pressionado pela oposição, admitiu pela primeira vez reduzir o contingente americano no país.

2008

No quinto ano, a guerra deixou aproximadamente 9,2 mil civis mortos. Após cinco anos de ocupação, o número de soldados americanos mortos chegou a 4 mil. O exército americano transferiu uma primeira província sunita, Al-Anbar, aos iraquianos. No fim do ano, foi ratificado o acordo de segurança prevendo a retirada das tropas dos EUA até o fim de 2011.

2009

Em 2009, os civis mortos caíram para 4,6 mil. Janeiro começou com o Iraque retomando o controle da Zona Verde, símbolo da ocupação americana. Em fevereiro, o novo presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou que a maior parte dos soldados americanos deixaria o país até o fim de agosto, antes da saída total, em 2011. Atentados contra prédios públicos de Bagdá deixaram 386 mortos. As forças de combate americanas deixaram as ruas das cidades, passando o controle dessas áreas ao governo iraquiano.

2010

Até a retirada americana, aproximadamente 2,3 mil civis perderam a vida no Iraque, parte deles na onda de atentados realizados em março, durante as eleições parlamentares. Antes do pleito, 456 candidatos às legislativas foram impedidos de concorrer por estarem vinculados ao partido Baath, de Saddam Hussein. No dia 18 de agosto, a última brigada de combate americana encerrou o trabalho no Iraque. Até o dia 31, 90 mil soldados deixaram o país, segundo Obama.

Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade