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Estados Unidos

Conheça cinco mitos ligados à passagem do furacão Katrina

29 ago 2010 - 09h39
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Cinco anos após a água inundar cerca de 80% da cidade de Nova Orleans, no Estado americano da Louisiana, algumas das principais razões que levaram mais de 1,5 mil pessoas à morte ainda são capazes de surpreender. Para marcar a data, a edição online da revista Vanity Fair publicou uma lista com cinco "mitos" que cercam a tragédia americana. Confira:

Cartaz em frente a uma casa de Nova Orleans mostra protestos contra a atuação do ex-presidente George W. Bush durante o Katrina
Cartaz em frente a uma casa de Nova Orleans mostra protestos contra a atuação do ex-presidente George W. Bush durante o Katrina
Foto: BBC Brasil

1. O que aconteceu em Nova Orleans foi um desastre natural

Havia um desastre natural diretamente relacionado ao acontecimento em Nova Orleans, mas a catástrofe natural realmente atingiu a costa do Mississippi, onde o furacão chegou na categoria 3. Cidades como Bay St. Louis, Pass Christian e Biloxi foram destruídas pelos ventos fortes e a chuva. Quando o Katrina chegou à costa leste de Nova Orleans, ele provavelmente estava entre as categorias 1 e 2. No entanto, 80% da cidade foi inundada não em função da força da catástrofe natural, mas de erros humanos. Equipes independentes de engenheiros e cientistas que analisaram o caso chegaram a conclusões similares. Segundo eles, a tragédia foi resultado de décadas de erros da agência encarregada pelo Congresso de construir um sistema de proteção contra furacões. Segundo um dos analistas, se o sistema funcionasse corretamente, o pior efeito do Katrina sobre Nova Orlenas teria sido "tornozelos molhados".

2. Os problemas com as barragens foram causados pela corrupção local

São comuns as menções à Louisiana quando se fala de Estados com altos índices de corrupção, junto com Illinois e Nova Jersey, mas no caso do furacão Katrina, o governo local não pode ser responsabilizado pelas barragens, que não resistiram à força da água. Cabia exclusivamente ao Corpo de Engenheiros do Exército tomar conta do sistema de defesa da cidade. E concluiu-se que o órgão tinha arquivado medidas que após a tragédia se mostraram importantes e adotado um programa modesto de reparos em aterros e construção de barragens de concreto.

3. As principais vítimas da tragédia foram negros pobres

É verdade que a maioria dos mortos nas inundações era composta de pobres, idosos e pessoas doentes, mas toda a cidade foi inundada, o que fez com que as vítimas fossem de todas as etnias e classes sociais. Naturalmente, a reconstrução foi menos problemática para as pessoas com recursos, que receberam ajuda da família, dos vizinhos, de voluntários. Mas não foi fácil para ninguém reconstruir sua vida depois da tragédia.

4. As pessoas que deixaram Nova Orleans estão em situação melhor

Não há censo oficial sobre o número de pessoas que deixou Nova Orleans depois do furacão Katrina. Segundo a Vanity Fair, um funcionário do departamento de Habitação da cidade afirmou que seu telefone toca diariamente com pessoas que querem voltar, mas não há nenhum relatório oficial com números de desabrigados pelo furacão que estão mais felizes em seus novos lares e quantos gostariam de voltar à antiga cidade.

5. O principal fracasso do governo no Katrina foi a resposta, e Bush foi o responsável

Embora Bush também tenha sido responsável pelo método adotado pela Agência Federal para a Administração de Emergência (Fema, na sigla em inglês) - extremamente criticada pela reação lenta após a tragédia -, o diretor da agência, Michael Brown, e o secretário de Segurança Interna, Michael Chertoff foram poupados pela mídia na época. Além disso, embora a resposta tenha realmente ficado muito aquém das expectativas, o principal fracasso do governo foi na implantação do sistema de proteção contra furacões.

Fonte: Redação Terra
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