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Oriente Médio

Após retirada, EUA devem dobrar terceirizados no Iraque

19 ago 2010 - 18h42
(atualizado às 19h36)
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O Departamento de Estado americano pretende aumentar o número de seguranças terceirizados no Iraque para seis mil ou sete mil, o dobro do atual, após a retirada de suas tropas do país asiático, informou nesta quinta-feira o jornal The New York Times.

Soldados americanos correm em direção à fronteira iraquiana com o Kuwait durante a retirada de tropas
Soldados americanos correm em direção à fronteira iraquiana com o Kuwait durante a retirada de tropas
Foto: AP

Os Estados Unidos deram o primeiro passo nessa direção ao retirar a última brigada de combate do Iraque e deixar em 56 mil o número de soldados no país.

Deles, seis mil sairão do Iraque até o final do mês, e os outros 50 mil darão início à chamada operação "Novo Amanhecer", na qual participarão de tarefas de estabilidade, assessoria, formação e apoio às Forças de Segurança iraquianas até deixar completamente o país no final de 2011.

O Departamento de Estado assumirá em outubro de 2011 a responsabilidade de treinar a Polícia iraquiana, um trabalho que será executado principalmente pelos seguranças.

Sem a presença de soldados que possam reduzir as tensões sectárias no norte do Iraque, serão os diplomatas americanos destinados a dois novos consulados e dois escritórios temporários dependentes da Embaixada os responsáveis por prevenir potenciais confrontos, diz o New York Times.

Os EUA abrirão um consulado na província de Basra, no sul do Iraque, e outro em Ebril, no Curdistão iraquiano, no norte, enquanto os dois escritórios temporários da Embaixada ficarão na cidade de Kirkuk, no norte do país, e em Mossul, capital da província de Ninawa, também no norte.

Ao mesmo tempo, o governo americano está impulsionando um grande esforço civil no qual dependerá, no entanto, de um pequeno Exército de seguranças contratados para preencher o vazio deixado pelos soldados.

O contingente de seguranças particulares terá como principal função garantir a segurança dos cinco complexos diplomáticos dos EUA no Iraque, com destaque para a prevenção de ataques.

A Casa Branca demonstrou confiar que a transferência das tropas para pessoal civil - cerca de 2,5 mil pessoas trabalhariam na embaixada de Bagdá e em outros postos diplomáticos - ocorrerá no tempo previsto, aponta o New York Times.

Segundo o jornal, mais de 1,2 mil tarefas efetuadas pelo Exército americano no Iraque serão transferidas para pessoal civil, aos iraquianos ou eliminadas de forma progressiva.

O Departamento de Estado prevê também adquirir do Pentágono 60 veículos especialmente protegidos para resistir ataques com minas e emboscadas, aumentar sua frota de carros blindados e criar uma pequena frota de três aviões.

Sua frota de helicópteros, que será pilotada por civis contratados, aumentará de 17 para 29 aeronaves.

A decisão de terceirizar mais seguranças poderia criar um conflito com o Iraque, que teve inúmeros problemas com algumas destas companhias por incidentes que provocaram mortes de civis.

Os agentes não gozarão de nenhuma imunidade especial e terão que se registrar no Iraque para que Bagdá tenha certo controle sobre o número e as empresas que operarão no país.

Além disso, funcionários regionais de segurança do Departamento de Estado terão que aprovar e acompanhar todas as caravanas civis, fazendo assim uma supervisão adicional.

EFE   
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