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Oriente Médio

Filho de iraniana condenada à morte pede ajuda da ONU

12 ago 2010 - 20h27
(atualizado às 21h05)
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Um dos filhos da iraniana Sakineh Mohammadi-Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento pelo crime de adultério, divulgou nesta quinta-feira uma carta endereçada às Nações Unidas (ONU), solicitando a ajuda do organismo internacional no caso. "Pedimos à ONU que se envolva neste caso, que uma comissão neutra internacional seja enviada ao Irã para analisar todas essas questões", disse o jovem Sajjad, 22 anos.

Na carta, o filho de Sakineh diz que "há cinco anos tem pesadelos com sua mãe sendo apedrejada" e que tem certeza de sua inocência. "Temos recorrido à comunidade internacional e às pessoas em todo o mundo que queiram nos ajudar", diz Sajjad.

A condenação de Sakineh vem provocando comoção na comunidade internacional, com pedidos para que o Irã reveja a punição, originalmente pela acusação de adultério. A previsão incial era de que tanto a sentença final como a execução da pena ocorreriam ainda nesta semana.

Confissão

Na noite desta quarta-feira, a TV estatal iraniana levou ao ar uma suposta entrevista com Sakineh, em que a iranina admite ter conspirado para matar o marido. A "confissão" foi condenada pela Anisitia International, organização de defesa dos direitos humanos.

De acordo com a ONG, "confissões desse tipo (transmitidas pele televisão) têm sido repetidamente usada pelas autoridades iranianas para incrimar pessoas que estão sob custódia". Ainda segundo a Anistia, muitos desses indivíduos acabam "retirando" a confissão tempos depois, com o argumento de que foram "coagidos, às vezes sob tortura".

Asilo

O governo brasileiro confirmou, na última terça-feira, ter feito uma oferta "formal" de asilo à iraniana, mas segundo o Itamaraty, Teerã ainda não deu retorno sobre a proposta. Mas em entrevista à Agência Brasil nesta quinta-feira, o embaixador do Irã no Brasil, Mohsen Shaterzadeh, negou que seu governo tenha recebido uma oferta formal do Brasil de asilo a Sakineh.

"Nós não recebemos de forma oficial pedido ou oferta alguma de asilo ou refúgio político para esta senhora ser enviada para o Brasil. Não houve ofício por escrito, nota oral ou troca de notas, como é a orientação na diplomacia em casos assim", disse o embaixador à agência. O embaixador também descartou o envio de Sakine ao Brasil, com o argumento de que a mulher condenada é iraniana, o que, segundo ele, "elimina a possibilidade de outro país ser incluído no processo".

Consultado pela BBC Brasil, o Itamaraty disse que não comentaria como a oferta foi feita - se por ofício ou verbalmente. Nesta quinta-feira, o chanceler Celso Amorim reiterou a "disposição" brasileira em receber a iraniana e que "isso, para nós (do governo brasileiro), é uma comunicação oficial".

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