PUBLICIDADE

Ásia

Japão precisa de proteção antinuclear dos EUA, diz premiê

6 ago 2010 - 03h08
(atualizado às 06h53)
Compartilhar

O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, disse nesta sexta-feira, em Hiroshima, durante a cerimônia do 65º aniversário do bombardeio atômico da cidade, que o poder dissuasório nuclear fornecido pelos Estados Unidos é necessário para o Japão.

O embaixador dos EUA no Japão, John Roos, cumprimenta o prefeito de Hiroshima, Tadatoshi Akiba, em sua chegada ao Parque do Memorial da Paz. É a primeira vez que os EUA mandam representantes para o evento que, neste ano, 65º aniversário do ataque nuclear a Hiroshima
O embaixador dos EUA no Japão, John Roos, cumprimenta o prefeito de Hiroshima, Tadatoshi Akiba, em sua chegada ao Parque do Memorial da Paz. É a primeira vez que os EUA mandam representantes para o evento que, neste ano, 65º aniversário do ataque nuclear a Hiroshima
Foto: AP

Segundo a agência local Kyodo, Kan disse em entrevista coletiva posterior à cerimônia que "a dissuasão nuclear continua sendo necessária para nossa nação".

As declarações são resposta à reivindicação do prefeito de Hiroshima, Tadatoshi Akiba, que pediu durante o ato de aniversário do primeiro bombardeio atômico sobre população civil que o Japão abandone o chamado "guarda-chuva nuclear" americano.

Kan reiterou a posição do governo japonês sobre a necessidade da capacidade de dissuasão nuclear oferecida pelos EUA para manter a segurança na região.

No entanto, o primeiro-ministro assegurou que o Japão tem a responsabilidade moral de liderar ações para conseguir um mundo sem armas nucleares.

Além disso, assegurou que o Japão manterá seus três princípios não-nucleares, de não produzir, não possuir e não deixar transitar por seu território armas nucleares.

No discurso durante a cerimônia, Kan disse que as vítimas dos dois bombardeios atômicos sobre o Japão devem representar o país e transmitir ao mundo o horror e os danos causados pelo uso de armas atômicas.

Ao final de 1945, cerca de 140 mil pessoas tinham morrido em Hiroshima e outras 74 mil em Nagasaki. Entretanto, o número de mortes nos anos seguintes pelas sequelas das radiações foi muito maior.

Hiroshima fez nesta sexta-feira uma chamada ao desarmamento nuclear no 65º aniversário do lançamento da bomba atômica contra a cidade, em cerimônia que pela primeira vez teve participação de um representante oficial dos EUA e do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Milhares de pessoas se reuniram no Parque Memorial da Paz às 8h15 locais (20h15 de quinta-feira em Brasília), exatamente a mesma hora do lançamento da bomba "Little Boy" há 65 anos pelo avião americano "Enola Gay".

EFE   
Compartilhar
Publicidade