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Estados Unidos

Documentos apontam para crimes de guerra no Afeganistão

26 jul 2010 - 13h15
(atualizado às 13h59)
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O fundador do site Wikileaks defendeu nesta segunda-feira a divulgação de milhares de documentos confidenciais relativos, entre outras coisas, a baixas civis no Afeganistão, que revelam, segundo ele, que a coalizão internacional pode ter cometido "crimes de guerra".

Assange exibe um exemplar do The Guardian desta segunda com a manchete sobre os documentos secretos
Assange exibe um exemplar do The Guardian desta segunda com a manchete sobre os documentos secretos
Foto: Reuters

"Quem tem que decidir se se trata de um crime ou não é um tribunal. No entanto, à primeira vista, dá a impressão de que há provas de crimes de guerra nestes documentos", afirmou Julian Assange em uma entrevista coletiva à imprensa.

No total, 92 mil documentos foram divulgados pelo Wikleaks com detalhes inéditos da guerra no Afeganistão retirados dos arquivos do Pentágono e de relatórios nos teatros de operações que vão de 2004 a 2010.

De acordo com o Guardian, um dos três veículos que tiveram acesso aos arquivos, pelo menos 195 mortos civis estão registrados, um número "provavelmente subestimado porque vários eventos controversos são omitidos nos relatórios diários das tropas no terreno".

Segundo o New York Times, outro veículo para o qual os arquivos foram apresentados, agentes paquistaneses e talibãs reúnem-se regularmente em "sessões de estratégia secreta" com o objetivo de organizar "redes de grupos de insurgentes que enfrentam os soldados americanos no Afeganistão, e mostram até complôs visando à assassinar dirigentes afegãos".

Os Estados Unidos condenaram no domingo a divulgação destes documentos "por parte de pessoas e organizações que poderiam colocar as vidas de americanos e de seus aliados" em perigo. "Estamos acostumados às críticas daqueles cujos abusos mostramos", declarou Assange.

"A função do jornalismo é questionar o poder", considerou em declarações ao The Guardian. Para Assange, "não há motivo algum para que duvidemos da seriedade dos documentos".

O fundador do Wikileaks afirmou que deseja que estes documentos favoreçam "a compreensão do que ocorreu durante os últimos seis anos de guerra no Afeganistão e uma mudança de política" no que diz respeito a esta guerra.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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