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Ásia

Hillary pede apoio à Ásia frente a provocações norte-coreanas

23 jul 2010 - 08h22
(atualizado às 09h18)
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A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pediu nesta sexta-feira em Hanói aos países asiáticos que apoiem Washington e a ONU para pôr fim ao programa nuclear e às "provocações" da Coreia do Norte, que ameaçou os Estados Unidos com uma "resposta física".

Hillary Clinton participa do encontro da Asean, que reúne países do Sudeste Asiático, em Hanói
Hillary Clinton participa do encontro da Asean, que reúne países do Sudeste Asiático, em Hanói
Foto: AP

Segundo Hillary falando aos delegados do Fórum de Segurança da Ásia, reunidos em Hanói, Pyongyang deve "mudar fundamentalmente de comportamento e respeitar seu compromisso de desnuclearização" adotado em 2005.

"A fim de incentivar a Coreia do Norte a tomar as medidas que deve tomar, convidamos com veemência nossos amigos e aliados do Fórum de Segurança da Ásia a continuar aplicando as sanções da ONU, de forma plena e transparente", acrescentou Hillary.

O Fórum de Segurança da Ásia conclui com uma reunião ministerial da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Além dos dez membros do bloco, participam outros 17 países, entre eles os seis que fazem parte das negociações sobre o programa nuclear norte-coreano, bloqueadas há mais de um ano: Estados Unidos, as duas Coreias, China, Japão e Rússia.

O Conselho de Segurança da ONU adotou uma resolução que sanciona a Coreia do Norte por suas atividades nucleares militares. O país asiático fez dois testes atômicos, o primeiro em 2006 e outro em 2009.

Hillary não se referiu, em seu discurso, às sanções complementares americanas, anunciadas na quarta-feira em Seul. Mas insistiu na ameaça que, segundo ela, representa Pyongyang para a região.

"Aqui, na Ásia, uma Coreia do Norte isolada e belicosa se lançou numa campanha de comportamentos provocativos e perigosos, incluindo um ataque contra o barco militar sul-coreano Cheonan, acusou a secretária de Estado.

A península coreana está em plena crise desde o naufrágio, em março, da corveta sul-coreana "Cheonan. Washington e Seul, amparando-se numa investigação internacional, afirmam que a embarcação foi afundada por um torpedo disparado por um submarino norte-coreano. Pyongyang nega energicamente qualquer envolvimento no incidente, que custou a vida de 46 marinheiros sul-coreanos.

Ante as novas sanções e os exercícios militares conjuntos entre Estados Unidos e Coreia do Sul, previstos a partir de domingo, a Coreia do Norte prometeu nesta sexta-feira uma resposta física às represálias anunciadas pelos Estados Unidos.

"Haverá uma resposta física às medidas impostas pelos Estados Unidos, militarmente", declarou à imprensa um porta-voz das delegações norte-coreana que participa no Fórum de Segurança da Ásia.

"Já não estamos no século XIX, que (...) praticava a diplomacia dos canhões", acrescentou o porta-voz, Ri Tong Il.

Na véspera, a Coreia do Norte já havia condenado o anúncio das sanções americanas e classificou de ameaças os exercícios militares conjuntos entre Estados Unidos e Coreia do Sul de ameaça à paz mundial.

Segundo o mesmo Ri Tong Il, para Pyongyang, as sanções "violam" uma declaração adotada pela ONU após o naufrágio da corveta.

As manobras militares também representam "uma grande ameaça, não só à paz e à segurança na península coreana, como também à paz e à segurança mundiais", declarou , porta-voz da delegação norte-coreana no Fórum.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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