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Oriente Médio

Brasil e Turquia foram traídos, diz líder parlamentar do Irã

20 jul 2010 - 12h36
(atualizado às 13h09)
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O presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, afirmou nesta terça-feira que Brasil e Turquia foram "traídos pelo Conselho de Segurança e pelos Estados Unidos" depois que estes ignoraram o acordo alcançado pelos dois países com o Irã sobre seu programa nuclear. "O que os EUA e o Conselho de Segurança fizeram foi um insulto. (Brasil e Turquia) receberam uma missão e depois os traíram. Brasil e Turquia têm todo o direito de estar zangados", afirmou Larijani em um encontro com a imprensa em Genebra, na Suíça.

Ali Larijani participa nesta semana da terceira Conferência Internacional de Presidentes de Parlamentos, organizada pela União Interparlamentar. Segundo Larijani, o próprio presidente americano, Barack Obama, entregou uma carta dirigida ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdongan, na qual pedia a intermediação de ambos com o Irã.

"Eles próprios (Lula e Erdogan) me disseram pessoalmente. Me disseram que Obama lhes disse que queria começar uma nova etapa, que deixaria para trás o método do Conselho de Segurança. Nós aceitamos e depois todo mundo sabe o que aconteceu, foi um insulto para os três países", disse Larijani.

Em 17 de maio, Brasil, Irã e Turquia assinaram um acordo segundo o qual os iranianos enviariam parte de seu urânio pouco enriquecido (3,5%) à Turquia. Em troca, receberia combustível nuclear enriquecido até 20%, nível adequado para uso civil e longe do necessário para a fabricação de uma bomba atômica.

No entanto, pouco depois, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma nova rodada de sanções contra o Irã, a quarta até agora. "Que tipo de lei internacional é essa que pune um país quando ainda não cometeu nenhum crime?", perguntou Larijani, ao insistir que o Irã só quer enriquecer urânio com fins civis e afirmou que as sanções não terão efeito. "A mais recente resolução da ONU terá o mesmo sucesso que as três anteriores em sua intenção de mudar o programa nuclear do Irã", declarou.

Larijani também falou de "dois pesos e duas medidas" nas atitudes da comunidade internacional em relação ao Irã, especialmente de Washington. "O regime sionista (Israel) conta com 300 ogivas nucleares e não vejo os Estados Unidos levando o caso ao Conselho de Segurança", comparou.

O presidente do Parlamento iraniano também comentou as recentes declarações do presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, segundo o qual o Irã deve ter coragem para uma cooperação mais estreita com a comunidade internacional sobre seu programa nuclear. "Me oponho ao que Medvedev disse. A realidade conhecida por todo o mundo é que nós não contamos com armas nucleares. Não há porque expressar preocupação por algo que não existe e que todos conhecemos", afirmou Larijani.

EFE   
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