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América Latina

Tensão sobe após Chávez ameaçar romper com a Colômbia

17 jul 2010 - 18h49
(atualizado às 19h50)
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A tensão diplomática entre a Colômbia e a Venezuela aumentou depois das declarações do presidente venezuelano, Hugo Chávez, que ameaçou "romper relações" de maneira formal com a nação vizinha "nas próximas horas".

A advertência de Chávez é feita três semanas antes do até pouco tempo ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, assumir a presidência no lugar de Álvaro Uribe.

O "novo ataque infundado", como denominou Chávez na noite desta sexta-feira, acontece depois que o governo de Uribe disse ter "provas contundentes" de que chefes guerrilheiros colombianos estão na Venezuela, proibidos de se apresentar publicamente.

"Faço um chamado ao presidente eleito, lhe peço que tome distância de Uribe", acrescentou Chávez, após anunciar que devido a este assunto não assistirá aos atos de posse de Santos.

Uribe "é capaz de qualquer coisa" porque "é um mafioso", repetiu, sugerindo que o governante colombiano poderia ordenar um atentado contra sua vida.

"Nós não escondemos ninguém" e se algum colombiano irregular entrar ilegalmente na Venezuela, o fará sem consentimento oficial, por isso que se funcionários do governo de Uribe "seguirem com suas loucuras, eu nas próximas horas vou romper as relações com a Colômbia e isso tornaria muitíssimo mais difícil que sejam restituídas depois que Santos assumir", no dia 7 de agosto, acrescentou Chávez.

O chefe de Estado sustentou que esta última ação acontece porque Uribe "está brigado com Santos" e que por isso "está o sabotando". "Uribe está brigado com Santos, essa é a verdade. Santos nomeou como chanceler uma dama que já esteve aqui como embaixadora, eu a conheço muito, é amiga. María Ángela Holguín renunciou a Uribe, inclusive", acrescentou Chávez.

Apesar de ressaltar que o sucessor de Uribe não é nenhum santo, Chávez destacou que ele expressou disposição de normalizar as relações, já "congeladas" desde meados do ano passado por uma denúncia colombiana similar. "A Colômbia é uma nação irmã, só que chegou uma burguesia que nos odeia", ressaltou Chávez e sustentou que, inicialmente, pensou em ir a Bogotá para "estender a mão" a Santos e "dar um sinal" rumo à normalização das relações.

O "congelamento" das relações colombo-venezuelanas obedeceu ao que Chávez chamou de acusações "irresponsáveis" do governo de Uribe sobre um suposto desvio de armas da Venezuela às forças guerrilheiras colombianas.

EFE   
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